O aumento da informalidade reduziu a produtividade do mercado de trabalho brasileiro. Para se ter uma ideia, de 1995 a 2018, o crescimento da produtividade foi de apenas 1%, revela estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), que aponta queda de 0,7% para este ano.
Embora a economia esteja voltando a ter crescimento, a produtividade segue com índice baixo. De acordo com o estudo, somente por meio da elevação da produtividade do trabalhador se conseguirá aumentar a renda per capita e gerar crescimento sustentável no País.
Dos setores econômicos analisados nos últimos 23 anos, apenas a agropecuária manteve a produtividade por hora trabalhada em alta, com pico de 7,5% no período de 2007 a 2013, e média de 6,8% entre 1995 e 2018, apesar de ser um “setor que emprega cada vez menos gente”. Na indústria, a produtividade agregada mostrou queda de 0,2% nos últimos 23 anos.
Mas o grande impacto está no setor de serviços, que representa 70% do emprego do País e que não recuperou a produtividade desde 2013. Até tem mais gente trabalhando, mas informais, que, na prática, representam um quarto da produtividade de quem tem carteira assinada.
Na média, o Brasil aumentou muito o total de horas trabalhadas, mas com pouca qualidade. Ou seja, é muito limão para pouca limonada.
A solução apresentada pela FGV são a reforma tributária e a melhoria no ambiente de negócios, que irão aprimorar o setor produtivo, eliminando as empresas pouco eficientes do mercado. A outra estratégia é a inovação, seguida do maior conhecimento por parte da mão de obra, para que ela possa se alocar em outros empregos.
O crescimento é urgente e necessário, mas precisa ser eficiente.