Reportagem: Josimar Bagatoli
Após dois anos e meio da reintegração de posse do Jardim Gramado, agora o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) encaminhou à Câmara de Vereadores a permissão para doar o imóvel de 60,5 mil metros quadrados à Cohavel (Companhia Municipal de Habitação de Cascavel) para que ocorra a regularização da área que foi invadida na Rua Ângelo Zonin, no Bairro Cascavel Velho.
A área foi adquirida com verbas do Fundo Municipal de Habitação para a construção de moradias de interesse social e, conforme justificativa apresentada, “como no momento o Poder Executivo municipal não possui projeto em desenvolvimento, considerando o propósito da Cohavel que é regularizar a área para famílias em condições precárias, se faz necessária a doação de referidas áreas para efetivação do projeto social almejado”.
A reintegração de posse ocorreu em maio de 2017 com mais de 700 policiais, dezenas de viaturas e um helicóptero. Essas famílias que hoje estão no Jardim Veneza foram expulsas da área do Jardim Gramado. Elas ficaram na área por 17 anos em lotes que pertencem à Transcontinental Empreendimentos, do Rio Grande do Sul. Há um ano o Município chegou a lançar edital para a construção de 530 unidades habitacionais no imóvel, mas não houve empresas interessadas na obra. Por isso, agora se decidiu pela regularização.
A Cohavel pretende dividir os terrenos e estabelecer um valor de interesse social dos terrenos, dando condições para que as famílias possam comprá-los. O valor cogitado é de R$ 100 o metro quadrado, o que daria R$ 20 mil cada imóvel de 200 metros quadrados.
Serão 200 famílias beneficiadas. “Pelo que verificamos, os terrenos foram divididos dentro do parâmetro legal da lei de zoneamento, atendendo aos padrões de habitação social. Também há espaço adequado para as ruas… Assim, divididos os terrenos, a Cohavel realiza os contratos para os moradores”, explica o presidente da Cohavel, Nei Haveroth.
Após aprovação da doação da área na Câmara, a Cohavel vai elaborar o projeto do novo loteamento. O trâmite deve levar entre seis e oito meses.
Hoje as moradias já contam com água tratada e rede de esgoto e falta apenas a rede elétrica e também a pavimentação das vias, serviços que serão executados pela prefeitura com a parceria da Cohapar (Companhia Habitacional do Paraná). Ainda não há estimativa de custos. “Essa regularização foi uma decisão da administração, visto a reivindicação da comunidade”, complementa Haveroth.