O Brasil é um dos países que menos cobram impostos sobre renda no mundo, revela pesquisa da UHY International, rede de empresas de auditoria e contabilidade que fez um estudo com 30 países comparando os impostos aplicados a faixas salariais anuais de US$ 250 mil e US$ 1,5 milhão. Na prática, significa que quem recebe altos salários no Brasil paga um terço a menos de impostos do que as pessoas de alta renda em países que compõem o G-7 (grupo das nações mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e 31% menos que a média de pessoas nas mesmas condições na União Europeia.
Embora apareça no topo quando o assunto é carga tributária geral, com mais de 32% do PIB, o País tem a quarta menor carga para pessoas que ganham US$ 250 mil e US$ 1,5 milhão por ano. O que daria a média mensal de R$ 80 mil e R$ 460 mil, aproximada e respectivamente.
O Brasil fica atrás inclusive do Uruguai e da Argentina e da média dos Brics. “Nosso sistema tributário é muito injusto. Tributamos o consumo em vez da riqueza”, afirma Monica Bendia, sócia da UHY Bendoraytes & Cia.
Ela resume: o modelo de tributação brasileiro incide de maneira mais dura sobre as faixas salariais mais baixas.
O assunto é um balizador num momento em que se inicia a discussão sobre a reforma tributária. Todos sonham com um sistema mais justo e menos oneroso, dividindo o bolo de maneira mais igual e não tão dolorosa aos mais pobres.