Nos setores de saúde, o mês de setembro tem sido marcado por campanhas de prevenção a doenças mentais e, principalmente, ao suicídio. É conhecido como “Setembro Amarelo”, em referência a um jovem norte-americano que tirou a própria vida no ano de 1994 dirigindo um Mustang amarelo. No dia do funeral do rapaz, os pais e amigos distribuíram 500 cartões com fitas amarelas e a frase: “Se você precisar, peça ajuda”. Esse acontecimento deu origem, então, às campanhas do Setembro Amarelo realizadas pelo mundo afora e ao dia 10 de setembro como o Dia de Prevenção ao Suicídio.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), os casos de depressão no mundo aumentaram cerca de 18% nos últimos dez anos. A previsão é de que esta se torne a doença mais incapacitante do planeta até 2020, afastando a pessoa de suas atividades diárias, como estudo e trabalho. O Brasil é campeão de casos de depressão na América Latina. Quase 6% da população, cerca de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a doença no País.
Quando falamos sobre suicídio, os dados também são preocupantes. De acordo com o Ministério da Saúde entre 2007 e 2016, 106.374 pessoas cometeram suicídio no Brasil. Isso significa que a cada 45 minutos, aproximadamente, um brasileiro dá fim à própria vida. O suicídio é, hoje, a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no país. Entre os homens nesta faixa etária, é o terceiro motivo mais comum; entre as mulheres, o oitavo.
A pessoa que pensa em suicídio costuma expressar sinais que muitas vezes passam despercebidos pelas pessoas de seu convívio. Fique atento caso algum familiar ou amigo passe a apresentar os seguintes comportamentos:- Mudanças repentinas de rotina e comportamento, podendo ficar agressivo, irritadiço, ou triste e calado por longos períodos; – Perda de interesse e prazer por atividades que antes faziam parte da vida da pessoa; – Alterações bruscas de apetite e de padrões de sono; – Falas como: “Eu sou um inútil”; “Eu só atrapalho as pessoas”; “Eu gostaria de sumir”; “Ninguém me valoriza”.
É importante ressaltar que existem formas de tratar a depressão e prevenir o suicídio. Caso você ou alguém de seu convívio apresente algum dos sinais acima, é necessário procurar ajuda profissional. A porta de entrada para avaliação e tratamento de questões emocionais pode ser um médico ou um profissional de psicologia. Normalmente, esses profissionais irão trabalhar em conjunto, com acompanhamento psicológico e prescrição de medicamentos quando necessário. Outra forma de obter ajuda é através do telefone 188. Por meio dele você entra em contato com profissionais voluntários do CVV (Centro de Valorização à Vida), que são pessoas treinadas para ouvir e acolher aqueles que estejam pensando em suicídio e/ou precisando de algum tipo de suporte emocional. A ligação é gratuita em todo o território nacional.
Além disso, é fundamental que todas as pessoas mantenham uma rotina de cuidados com a saúde mental. Praticar exercícios físicos, rodear-se de pessoas que ama e lhe fazem bem, estabelecer objetivos e metas para a vida, realizar atividades prazerosas, ter momentos regulares de descanso e lazer são exemplos de estratégias que podemos adotar para obter maior qualidade de vida e prevenir o adoecimento emocional.
É importante que as pessoas tenham consciência de que todos passam por momentos difíceis na vida, e em alguns deles é necessária ajuda profissional para lidar com determinadas questões. Se você está passando por um destes momentos, não hesite em pedir ajuda. A melhor forma de lidar com o sofrimento é falar sobre ele. Quanto antes você fizer isso, mais fácil e rapidamente se sentirá melhor.
A Secretaria de Saúde de Maripá oferece atendimento médico e psicológico para as pessoas que sintam necessidade de ajuda profissional para lidar com a tristeza e o sofrimento emocional. Para isto, os munícipes podem procurar diretamente as Unidades Básicas de Saúde ou a Clínica da Família, ou entrar em contato pelos telefones (44) 3687-1506 (Clínica da Família) e (44) 3687-1133 (Centro de Saúde de Maripá).
Karolina Siebert Sapelli Schadeck é psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde de Maripá
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É importante que as pessoas tenham consciência de que todos passam por momentos difíceis na vida, e em alguns deles é necessária ajuda profissional para lidar com determinadas questões