O MEC (Ministério da Educação) quer lançar um programa de universidades e institutos federais de educação digitais. De acordo com o ministro Abraham Weintraub, a ideia é que boa parte da formação nessas instituições seja realizada por meio de educação à distância. A ideia ainda está em estudos.
“O nosso projeto é sim EaD [Ensino a Distância] e a gente está preparando uma universidade federal digital e um instituto federal digital. É pra lá que a gente vai caminhar”, disse o ministro, sem detalhar funcionariam as instituições, antecipando apenas que a intenção é levar o debate ao Congresso Nacional.
A ideia é alterar partes do PNE (Plano Nacional de Educação). “O Congresso é soberano e hoje eu tenho o PNE e no PNE você tem métricas e metas que preveem isso, a construção de mais câmpus universitários. Vou fazer o convite para aos parlamentares para a gente rediscutir o PNE. Em vez de colocar metas que não representem o bem-estar para toda a sociedade, talvez a gente poderia colocar uma meta de universalizar a internet para todas as escolas do País”, disse o ministro.
De acordo com Weintraub, a ideia é que os estudantes façam módulos de ensino e que escolham durante esse percurso a área de formação. “Isso cai muito o custo com refeitórios, e outras coisas”, disse. “O aluno pode ir eventualmente a simpósios, seminários, aí junta todo o mundo para períodos mais curtos e isso barateia o custo”, acrescentou.
Educação Conectada
Semana passada, Weintraub anunciou a liberação de R$ 60 milhões para o programa Inovação Educação Conectada, que leva internet banda larga para escolas da zona rural do País. A expectativa é de que até o fim do ano cerca de 3 milhões de estudantes sejam beneficiados com o programa.
Os recursos serão repassados para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, responsável por realizar as conexões de internet. De acordo com o MEC, os recursos representam a segunda parcela do programa. A primeira, ainda em 2017, foi no mesmo valor. No total, serão seis repasses, um por ano, até 2023.
De acordo com a pasta, de janeiro até o momento já foram atendidas 5.662 instituições de ensino em 1.758 municípios, com cerca de 2 milhões de alunos beneficiados. A maior parte das escolas está localizada na Região Nordeste, 3.596. Depois vem a Região Norte, com 1.022 cidades. O Centro-Oeste aparece em seguida, com 653 municípios atendidos pelo programa.
Segundo o MEC, também houve aumento na meta de escolas que serão conectadas até o fim de 2019; agora serão 8 mil escolas rurais. Antes, o governo trabalhava com a meta de 6.500 escolas.
As conexões são feitas por meio de satélite, com velocidade de 10 megabytes por segundo (Mbs), realizada em parceria com a Telebras, vinculada ao MCTIC, aos custo mensal médio de R$ 750 por escola conectada.