Cascavel – A preocupação de boa parte dos 54 prefeitos da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) em deixar de receber recursos vultosos, de ter seus convênios com a Itaipu cortados ou reduzidos fez com que uma reunião fosse realizada ontem (14), na sede da Associação em Cascavel. O encontro aconteceu com as portas fechadas e não pôde ser acompanhado pela imprensa.
No fim da reunião, em entrevista coletiva, o diretor-geral da Itaipu do lado brasileiro, o general Joaquim Silva e Luna, afirmou que não há cortes, mas um redirecionamento de parte das verbas para projetos que atendem a função de desenvolvimento regional.
Os prefeitos não falaram sobre as condições que se encontram os projetos em seus municípios, mas o Jornal O Paraná apurou que existem casos de convênios firmados ainda no Governo Michel Temer cujos recursos não entraram nos cofres municipais, embora os gestores já teriam dado a contrapartida para iniciar as obras.
O apelo dos gestores ao general seria ainda no sentido de que projetos essenciais nas áreas de infraestrutura, meio ambiente e destinação de resíduos, por exemplo, fossem mantidos e/ou ampliados. Contudo, questionado sobre quais convênios serão priorizados e se há previsão de novos, o general apenas disse que esse foi um primeiro encontro para essas definições. “Não interrompemos nenhum dos convênios, fizemos uma análise alterando o escopo de modo que o redirecionamento se desse de uma forma alinhada com a missão de Itaipu. No caso dos municípios que integram a Amop, nenhum convênio foi prejudicado, alguns tiveram redução do escopo (…) nenhum investimento está sendo feito fora do oeste ou do Paraná”.
Em 100 dias da nova gestão, a redução em convênios e patrocínios – seria este último o mais influenciado – chegou a R$ 163 milhões, mas, segundo o general, isso foi feito “dizendo de onde a verba saiu e para onde ela estava indo”. “Grosso modo, eles estão sendo aplicados na construção da segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco; no aeroporto de Foz do Iguaçu; em duplicação de rodovia [no acesso para o aeroporto de Foz]; e no Hospital Costa Cavalcanti [Foz], que é regional. Não há diminuição, mas melhoria da qualidade do gasto”, reforçou.
Relacionamento com os gestores
O general Joaquim Silva e Luna pediu aos gestores que “se sintam integrantes da Itaipu”. “Quem cuida da qualidade da água [que chega à usina] são os prefeitos com sua gestão e seus cuidados com o meio ambiente (…) Viemos dizer que há uma cooperação. Estamos alinhando as percepções”.
Sobre as definições do encontro de ontem, o general disse que, como são muitos os pedidos, “as prioridades deverão ser dadas às obras estruturantes, o que se vê e o que se precisa”.
No topo da lista estariam as obras de logística. “Temos hoje em torno de 180 convênios e acordos em andamento no valor de meio bilhão de reais, mais os royalties, que somam mais meio bilhão. Quanto aos novos convênios, é o que estamos tratando hoje [ontem], com entendimento que mostrem que o recurso empregado seja bem utilizado e quais os benefícios que eles trazem”, completou.
Aeroporto Regional
Segundo o general, a reunião abordou superficialmente três aeroportos do oeste: o de Cascavel, o de Foz do Iguaçu e o Regional, que ainda não foi construído. Sobre o último, ele se limitou a dizer que a estrutura está sendo avaliada pela Infraero e que um estudo também “depende de conversa e de convencimento”.
O diretor-geral considerou que, por enquanto, a Itaipu não participa do processo porque os projetos não se iniciaram, já que a estrutura passa por análise de viabilidade técnica.