Santa Terezinha de Itaipu – Rua Vitório Corrente, 34, Conjunto Residencial Planalto. Esse é o endereço da solidariedade e da esperança para um grupo de crianças e adolescentes de Santa Terezinha de Itaipu que está há mais de dois anos aprendendo catequese por meio de peças teatrais.
“No início tentamos levar essas crianças até a Igreja Matriz, para os encontros, mas percebemos muita desistência. Foi então que surgiu a ideia de ensinar catequese no bairro, de forma mais atrativa, para que eles sintam-se estimulados e a frequência seja garantida”, informou a catequista voluntária Sandra Dal Pont.
A estratégia deu certo e em abril deste ano sete crianças fizeram a 1ª Comunhão. O grupo, hoje composto por 14 crianças e adolescentes, segue se preparando para o sacramento da crisma.
Os encontros ocorrem todas as sexta-feiras, a partir das 18h30, na casa da família de Paulo e Aparecida Saltier (a Cida).
Sensibilizada com o trabalho de resgate das crianças, Cida ofereceu a casa para que as aulas e os ensaios ocorressem. “O empenho deles nos comoveu. Ampliei a varanda e abro minha casa com muito amor para que essas crianças recebam um pouco da palavra de Deus”, disse Cida.
João Pedro é ator e tem em seu currículo vários prêmios com peças teatrais. Ele se uniu a Sandra para ensinar voluntariamente e de forma lúdica. “O teatro encanta, envolve, torna o aprendizado mais leve. O ganho é de todos, mas principalmente de nós que, de forma despretensiosa, conseguimos levar um pouco de amor para esse grupo”, avalia.
Segundo João Pedro, a primeira peça denominada “O Auto de Natal” foi um sucesso nas quatro apresentações. Agora eles ensaiam o espetáculo teatral “O Socorro de Deus”, que será apresentado no dia 24 de agosto, na Igreja Matriz. “Vejo essa ação como o começo de algo maior. Sabemos que temos muito mais a fazer e muitos ainda a recrutar”, destaca.
Liturgia
Além dos encontros semanais, os integrantes da catequese participam nas terceiras sextas-feiras de cada mês da leitura da liturgia na missa da Igreja Matriz. “É uma forma de envolvê-los com as outras crianças e estimular, aos poucos, a participação da família”, resumiu Sandra.
E, na terceira semana de cada mês, uma família abre sua casa no Residencial Planalto para a realização da missa. “É a integração. Eles têm respondido aos nossos estímulos e nada poderia ser mais gratificantes”, avaliaram os voluntários.
Exemplo
Vitória Rodrigues Barbieri tem 17 anos e é um dos exemplos positivos de que, se houver estímulo, os resultados aparecem. Ela é uma catequizanda auxiliar. “É muito mais divertido aprender com o teatro. Vejo que meus amigos gostaram da novidade e as faltas são cada vez menores. Todos temos prazer em ir para a catequese”, avaliou.
Rafael Felipe da Silva Viera, 13 anos, também é um entusiasta e declarou que quer se padre: “Eu fico contando os dias para a nossa catequese. Adoro participar e tenho convidado meus amigos para que venham e vejam o quanto é bom”.
Texto: Ciliany Perdoná