Notícia desde antes mesmo de sair dos alicerces, com a polêmica construção do então Hospital Regional, o HU (Hospital Universitário) de Cascavel parece não conseguir encontrar a calmaria. Talvez seja herança genética, mas muito provavelmente seja só questão de gestão.
Hospital de referência para as regiões oeste e sudoeste, a instituição é muito mais do que seus administradores acreditam ser, pois tratam o público como privado, omitem dados, escondem informações, impedem acessos.
Enquanto funcionários e pacientes relatam um cenário precário e dramático, a direção diz que está “tudo bem” e nunca se dispõe a mostrar a realidade. A menos que seja do seu interesse, claro.
Como é o caso da mais recente e grave polêmica, com o fim dos contratos dos médicos terceirizados. A Unioeste foi alertada do problema há nove anos e há seis anos tem consciência de que a briga estava perdida. Não deu bola. Por quê? O que tem por trás desses contratos? Por que sempre foi tão difícil romper o atual sistema?
Embora os números sejam verdadeiras incógnitas, alguns fatos: o contrato via empresa é muito mais rentável, pois o profissional recebe por plantão e, quando está ocupado, manda outro em seu lugar. Não existe carga horária para cumprir. Ninguém sabe quantas horas são de fato prestadas. O que se sabe é que são 130 e que eles correspondem a 70% do corpo clínico, pois assim nos disseram. O salário dos concursados seria inferior à remuneração atual, já que o regime seria diferente. Quanto exatamente? Só eles sabem.
Outra questão: se a Justiça mandava contratar médicos – e eles são 130 -, por que a Unioeste abriu concurso para 600 vagas? Seria para bater na trave, como aconteceu?
Uma coisa é certa: a sociedade que paga a conta merece muito mais do que as respostas evasivas de sempre.