O mercado de beleza tem abandonado a ideia de que a única preocupação do consumidor é quanto a durabilidade ou a possibilidade do produto de provocar alergias. A saúde física e mental têm se consagrado como tendência em conjunto nos lançamentos desse setor; é o que apontam pesquisas de mercado e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O site Talk Science, dedicado a notícias sobre o mercado da beleza, aponta que essa demanda é responsável, por exemplo, por campanhas de produtos que atendem diversas tonalidades de pele, atendendo a públicos de diferentes origens étnicas. Isso tem motivado as marcas a contratarem influencers com modelos de corpo, cabelos e características físicas diferentes para ações de marketing.
Outra preocupação do consumidor, expressa pelo Sebrae, é a sustentabilidade, minimizando o impacto ambiental. A instituição informa que o público dessas empresas valoriza cada vez mais posicionamentos sustentáveis, transparentes e éticos, o que agrega muito mais na percepção de valor do item do que o preço, segundo o Sebrae.
O Sebrae aponta também que é necessário os empreendedores brasileiros estarem antenados a essas tendências, pois o Brasil é o quarto maior mercado da beleza mundial. Mesmo na pandemia, as vendas não foram prejudicadas, muito pelo contrário. Houve crescimento de 5,4% no setor, durante esse período, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
O Instagram, em relatório de tendências divulgado no final de cada ano, costuma apontar as promessas nos setores de moda e beleza. A publicação indica que a geração Z, nascida entre 1997 e 2010, está mais focada em objetivos de moda e beleza sustentáveis. Além disso, dicas de skincare (cuidados com a pele)estão entre os principais aprendizados apontados por esses jovens nas redes sociais, complementa o relatório.
Redução do impacto ambiental
Uma das preocupações no lançamento de cosméticos é com recursos não renováveis como a água, e como resposta a esse cuidado surgem os cosméticos waterless, nome que significa sem água.
Outro termo em inglês que tem uso cada vez mais frequente para caracterizar cosméticos é cruelty free, traduzido como livre de crueldade. Esse segundo termo refere-se aos cosméticos veganos, que não usam animais em qualquer etapa de produção, principalmente como cobaias em testes laboratoriais.
A linha de produtos de beleza livres de teste em animais engloba uma variedade de produtos como sabonete, shampoo e até mesmo desodorante vegano. Uma pesquisa feita pela Coherent Market Insights (CMI) estima que até 2030 o mercado de cosméticos veganos tende a crescer 56%, arrecadando mais de 20 bilhões de dólares.
Para aproveitar essa onda de crescimento, sincronizada à redução do impacto ambiental, é preciso desenvolver produtos relacionados não só ao bem-estar físico, mas também ao emocional dos consumidores, conforme aponta o Sebrae. Amenizar as preocupações do cliente quanto ao que consome ajuda na decisão de compra e deve orientar a etapa de produção.
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