SAÚDE

UPAS e HUOP: Novo fluxo quer reduzir superlotação e acelerar fila de cirurgias

Com mutirão de cirurgias Cascavel enfrenta um desafio sério com a superlotação de leitos. Conheça os impactos nas unidades de saúde da região - AEN
Com mutirão de cirurgias Cascavel enfrenta um desafio sério com a superlotação de leitos. Conheça os impactos nas unidades de saúde da região - AEN

Cascavel - A superlotação de leitos das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) e do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) é um problema bastante antigo e debate de reuniões entre Estado e Município que sempre tentam amenizar a situação. O HUOP, sendo referência para mais de 2 milhões de pacientes da macrorregião, acaba tendo sempre o Pronto Socorro, que tem 33 leitos, com pelo menos o dobro de pacientes – além de uma grande lista de espera das UPAS.

Grande parte destes pacientes que fica aguardando uma cirurgia é para procedimentos de pequena e média complexidade e que, diante da entrada de mais pacientes com quadros de urgência e emergência, acaba esperando para conseguir operar e resolver o seu problema. Em setembro do ano passado, a agilidade de cirurgias eletivas ganhou um grande reforço com o Centro de Cirurgias Programadas, que funciona na estrutura que abrigaria a Ala de Queimados e que passou a fazer os procedimentos além do hospital, reduzindo assim a fila de espera que em alguns casos era de mais de três anos.

Nesta semana um novo passo foi dado e um acordo firmado entre a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), HUOP e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), juntamente com a 10ª Regional foi definido um novo modelo de atendimento. Nos casos que são possíveis, o paciente será encaminhado direto ao Centro, aonde será avaliado por um médico e vai aguardar o seu procedimento em casa, reduzindo assim a espera por um leito e liberando o local para outros pacientes, ou seja, ele vai passar por uma avaliação completa e a realização dos exames necessários, mas não vai ocupar um leito.

Temos avançado em diversas frentes no atendimento em saúde de toda a Região Oeste. São investimentos através de obras, custeio, ampliação de leitos e muito mais. Com essa iniciativa, estamos buscando reduzir o tempo de espera para os pacientes e promover uma gestão mais eficiente dos recursos hospitalares, beneficiando diretamente os cidadãos e fortalecendo a rede de saúde estadual”, avaliou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Modelo

De acordo com o diretor-geral do HUOP, Rafael Muniz de Oliveira, este é um modelo experimental para que haja uma liberação de pacientes que não precisam estar internados, mas que atualmente não recebem alta e ficam aguardando pela cirurgia. “Ele não vai sair da linha de cuidado, será avaliado e vai ter um dia e um horário agendado para fazer o seu procedimento, que neste caso, também será feito dentro do Centro”, explicou.

Para isso, a empresa que administra o Centro vai abrir mais uma sala cirúrgica, passando de três para quatro espaços. Os projetos já foram encaminhados para a Vigilância Sanitária do Município que precisa liberar a abertura e assim que organizado o novo fluxo deve iniciar os atendimentos, uma previsão de sete a dez dias. “Com isso a empresa continuará realizando as 380 cirurgias eletivas e dobrando de 100 para 200 este tipo de procedimento, que ao invés de ser realizado dentro do hospital, será feito também no centro”, explicou.

Além disso, o diretor lembrou ainda que a ideia é de, além de desafogar os corredores do HUOP e os leitos das UPAS, reduzir o tempo de internamento do paciente que ficará internado no máximo de 24 a 36 horas. “É um projeto piloto que estamos fazendo e que se der certo, vamos ampliar para os outros municípios que fazem parte da nossa macrorregião”, disse ele. O trabalho de mapeamento dos primeiros pacientes já começou a ser feito pela Central de Regulação para conseguir identificar os casos que se enquadram neste contexto.

Oftalmológicas

Outra demanda que ainda está sendo formatada, é o mutirão de cirurgias oftalmológicas pela Sesau. De acordo com o secretário municipal de saúde, Ali Haidar, a equipe está trabalhando no edital para estar pronto quando a verba estiver liberada. O recurso é proveniente das emendas impositivas, 16 dos 21 parlamentares da Câmara de Cascavel destinaram R$ 2.671.000,00 para financiar um mutirão de cirurgias oftalmológicas.

A iniciativa busca atender de 4 a 5 mil pacientes que aguardam procedimentos oftalmológicos, como cirurgias de catarata e outras demandas do segmento. Cada vereador destinou pelo menos R$ 100 mil dos valores referentes às suas emendas para o programa. A próxima etapa então é oficializar os valores e detalhar a logística do mutirão, como a seleção dos pacientes, os prestadores de serviços e o cronograma de realização das cirurgias. Segundo os vereadores, o programa servirá como modelo para futuras iniciativas de colaboração entre o Legislativo e o Executivo na destinação de recursos para áreas prioritárias.