Cascavel – A emissão de atestados falsos foi tema de denúncia da classe médica nesta semana e debatida em reunião na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) por meio do Núcleo de Saúde. O caso preocupa tanto médicos quanto empresários visto que, por enquanto, o que se sabe é que tem o nome de uma profissional envolvida, que já registrou denúncia na Polícia Civil, mas outros casos ainda podem ser identificados.
Segundo o vice-presidente do Núcleo de Saúde da Acic, o médico Tomaz Tanaka, a entidade empresarial já estuda formas para evitar que os atestados médicos sejam falsificados, já que além do prejuízo ao empregador e o risco do funcionário que apresentou o documento falso de ser demitido por justa causa, falsificar este tipo de documento é crime, e preocupa toda a sociedade.
Tanaka explicou que uma profissional médica identificou um atestado que tinha o carimbo e o nome dela, mas que não foi emitido por ela. “Ela prestou queixa na delegacia e está correndo uma investigação acerca do tema, com todas as provas necessárias”, disse Tanaka. A classe acredita que a ação esteja envolvendo uma quadrilha que está executando esse tipo de falsificação.
Além disso, as pessoas que estão usando, ou seja, fazendo uso de documento falso, estão incorrendo num crime também passível de punição e dispensa por justa causa. “Caso haja uma demanda muito grande desse tipo de atestado haverá um prejuízo para o comércio, para a indústria, para todos, para a classe empresarial que vai ficar prejudicada”, analisou.
QR Code
Na busca de estancar o problema, a classe médica está encaminhando um ofício ao CRM (Conselho Regional de Medicina), relatando a ocorrência do fato e propondo um novo formato de atestado, com uma espécie de um QR Code que autentica a assinatura do médico, tornando a prática mais segura e conectada a novas tecnologias. “Isso depende de estudos, a viabilidade, a possibilidade de poder fazer isso, mas estamos analisando”, reforçou Tomaz Tanaka.
O vice-presidente do Núcleo de Saúde, a partir de agora que o caso foi divulgado, disse vão acompanhar o assunto com ainda mais atenção, já que isso “pode ser a ponta de um iceberg”, de um problema muito maior. “A falsificação de documentos é crime e o autor está sujeito, inclusive, à pena de prisão. A cumplicidade do funcionário, desde que comprovada, também pode acarretar sérios transtornos a esse profissional”, lembrou o médico.
Segundo o presidente da Acic, Siro Canabarro, em conversa com empresários dos mais diferentes setores produtivos, e também com médicos, a leitura é que existe uma quadrilha especializada na falsificação e comércio desse documento. Medidas urgentes devem ser adotadas, porque as consequências dessa atitude, em crescimento, afeta inúmeras empresas e gera enorme perda financeira à economia local.
Problemas envolvendo atestados médicos não é novidade em Cascavel e em outros lugares do Brasil. No entanto, até recentemente, a falha ocorria pela ação descuidada de alguns profissionais. O problema foi agravado com a falsificação do documento por estelionatários, utilizando inadvertidamente o nome e o registro de alguns médicos.