Saúde

Hospital do Coração fecha e obriga Regional a mudar fluxo de pacientes

Hospital do Coração fecha e obriga Regional a mudar fluxo de pacientes

Cascavel – A 10ª Regional de Saúde de Cascavel está tendo que readequar e mudar os atendimentos dos pacientes que eram atendidos pelo Hospital do Coração de Cascavel, antigo Hospital Nossa Senhora da Salete, de forma antecipada. Já no dia 23 de setembro, a Regional parou de encaminhar os pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao hospital, prevendo que os serviços fossem prestados por mais 30 dias, porém, nesta semana, houve a paralisação dos serviços de forma antecipada.

O fechamento ocorreu após os donos do imóvel, onde o hospital funciona, conseguirem na Justiça a posse do imóvel por falta de pagamento de aluguel. A decisão foi do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) que manteve a decisão da desocupação do imóvel, da juíza Lia Sara Tedesco, da 5° Vara Cível de Cascavel, que determinou que as empresas locatárias do imóvel onde funciona o Hospital do Coração desocupem as instalações até 31 de outubro. Além disso, a magistrada determinou a continuidade do pagamento da locação mensal prevista em contrato no valor de R$ 93.013,17.

Desde então, a decisão preocupa à população e os órgãos de saúde, uma vez que o hospital é conveniado ao SUS e ao SAS (Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores). Quanto aos pacientes internados no hospital, a juíza determinou que os mesmos fossem transferidos para outras instituições hospitalares da Regional de Saúde e inclusive, que no último mês, o Gestor Estadual de Saúde transferisse todos os pacientes SUS, que ainda estivessem internados no Hospital do Coração, para outros hospitais.

Novo fluxo

Lilimar Mori, diretora da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, conversou com a reportagem do Jornal O Paraná e disse que já estão realizando readequações para poder atender aos pacientes do hospital e que o novo fluxo seguirá o seguinte formato: pacientes de urgência e emergência que antes iam para o hospital serão regulados para outros hospitais e pacientes que eram atendidos no ambulatório, terão que entrar em contato com o seu Município para que o coloque novamente na central de agendamento.

“Estamos, em diversas reuniões, tentando reorganizar da melhor forma possível esses atendimentos para que não haja prejuízos aos pacientes. Aqueles que vêm até a Regional, estamos atendendo pontualmente cada caso, mas também em conversa com os municípios para informar o novo fluxo e nos ajudar nesse atendimento”, explicou Lilimar Mori.

O Hospital do Coração atendia pacientes de toda a Macrorregião Oeste, com 47 leitos de enfermaria, além de 14 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Anteciparam o fechamento

A chefe da 10ª Regional contou ainda que até ontem (6) o Estado não havia recebido nenhum comunicado oficial sobre a paralisação dos serviços, mas que na quarta-feira (5), assim que souberam que o hospital não tinha mais pacientes, encaminharam um auditor da regional que constatou que o hospital havia parado de atender. Desde então, a instituição está sendo acompanhada para elaboração de um relatório que servirá de base para que seja feito o pagamento dos serviços prestados de forma transparente.

Além disso, também ontem (6), o hospital já estava com as portas principais fechadas (aparentemente lacradas), porém, dentro das instalações ainda estava sendo realizados procedimentos e atendimentos de convênios particulares. “A partir de agora temos que aguardar um prazo de 30 dias para poder denunciar de forma oficial o não atendimento do convênio (SUS), já que ele ainda está válido e, depois disso, seguir com os trâmites legais que nos compete”, completou Mori.

Leitos e equipamentos

A chefe da regional explicou ainda que durante esta semana diversas reuniões estão sendo realizadas com a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) para alinhar as mudanças e buscar as soluções. A intenção é de levar a habilitação dos 14 leitos de UTI, que nesse caso foram contratados diretamente pela a Sesa, para o Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná). Quanto aos leitos de enfermaria, um estudo que estão em andamento vai definir o que pode ser feito. Parte dos pacientes que estavam internados no hospital foram transferidos para o HUOP.

Outra situação que está sendo verificada é que o hospital tem uma série de equipamentos que são de propriedade da Sesa e que, com o fim dos serviços, precisam ser retirados do local, principalmente equipamentos de ventilação e respiradores. Até o dia 11 de novembro todo o prédio precisa estar desocupado de forma definitiva.

Foto: hospitaldocoracaocascavel.com.br

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Mudanças também no atendimento do SAS que passa ter dois novos pontos

Outra mudança realizada por conta do fechamento do Hospital do Coração é no atendimento do SAS (Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores), que tem um público de cerca de 19 mil pacientes, entre servidores públicos civis efetivos e militares, ativos, aposentados, da reserva remunerada, reformados e seus dependentes, bem como os pensionistas do Estado do Paraná. O objetivo é oferecer ações de saúde necessárias à recuperação e manutenção a saúde dos servidores.

A remuneração das unidades hospitalares prestadoras é realizada através do modelo de “capitação” que se baseia na utilização de hospitais gerais que recebem um pagamento mensal, calculado com base no número de beneficiários de sua região. Desde o dia 1º de setembro o atendimento já havia mudado e tanto os hospitais do Coração e o Bom Jesus de Toledo estavam atendendo os usuários do SAS, sendo que o Nossa Senhora da Salete continuava atendendo pacientes para internamento e outros procedimentos.

Segundo a Seap (Secretaria de Administração e Previdência do Estado), responsável pelo o convênio com o hospital, desde então, eles já estavam fazendo tratativas para que novos pontos de atendimento em Cascavel ficassem disponíveis o mais rápido possível para os usuários do SAS e que, a partir de agora os atendimentos de Pronto Socorro de Pediatria e Obstetrícia, para macrorregião de Cascavel, estão sendo realizados no Hospital São Lucas FAG, e atendimento de Pronto Atendimento Geral adulto, no Hospital Dr. Lima. Além disso, o atendimento no Bom Jesus, em Toledo, continua sendo realizado.

O SAS oferece aos serviços consultas médicas, terapias e tratamentos ambulatoriais, internações hospitalares, exames complementares, entre diversos outros serviços.