Saúde

Estresse atinge 90% da população mundial

Estresse atinge 90% da população mundial

Diariamente escutamos as pessoas falarem em estresse e demonstrarem sintomas desse mal que, de acordo com pesquisa da Associação Internacional do Controle ao Estresse, coloca o brasileiro como o segundo mais estressado do mundo, perdendo apenas para o japonês. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), 90% da população mundial sofre dessa enfermidade.

O estresse é um problema sério e requer cuidados. A psicóloga do Hapvida, Danielle Azevedo, explica que ele é uma resposta a algo que desestabiliza o indivíduo e destaca que adotar hábitos simples pode reverter esse quadro. “Uma rotina que conte com uma boa noite de sono, atividade física e alimentação adequada é primordial para combater o estresse em todas as idades. No caso dos adultos, é possível incluir a questão da sexualidade, o que gera a liberação de hormônios que auxiliam na melhora do humor”, orienta.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia revela que quase 200 mil pessoas já morreram este ano no Brasil decorrentes de doenças cardiovasculares e o estresse é apontado como uma das principais causas. Entre os gatilhos que geram estresse estão excesso de trabalho, de estímulos, fechamento de ciclos e perdas.

Ansiedade

Danielle ressalta que o estresse pode ser momentâneo ou contínuo, evoluindo até mesmo para um quadro de ansiedade. “Todo indivíduo passa por momentos que geram uma reação de estresse. Geralmente isso pode desencadear crises de ansiedade ou estresse em sua forma crônica”, afirma a especialista.

A psicóloga alerta que é possível estar estressado e não apresentar sintomas. “A ansiedade é um dos sinais, mas o estresse em si muitas vezes passa despercebido porque ele não ocorre necessariamente apenas quando a pessoa fica instável emocionalmente às circunstâncias do dia a dia. É possível estar estressado em silêncio. Porém, a repressão pode evoluir para um problema crônico”, alerta a psicóloga.

Identifique o seu tipo de estresse

 

Estresse agudo

O estresse agudo é uma reação do corpo a um momento ou fato estressante. Os sintomas da reação aguda ao estresse passam em grande parte pelos sintomas ansiosos como:

ATIVAÇÃO PSÍQUICA

INSTABILIDADE DE HUMOR

APREENSÃO

INSEGURANÇA

 

A Associação Americana de Psicologia ainda descreve sintomas físicos de quem passou por estresse agudo:

 

DOR DE CABEÇA TENSIONAL

DOR NAS COSTAS

DOR NA MANDÍBULA

DORES MUSCULARES EM GERAL

AZIA

FLATULÊNCIA

DIARREIA

PALPITAÇÕES CARDÍACAS

AUMENTO DE PRESSÃO

MÃOS SUANDO


Estresse agudo episódico

A Associação Americana de Psicologia ainda define o estresse agudo episódico, que é quando esses estímulos que causam as reações agudas ao estresse se repetem com frequência.

Neste caso, os sinais são os sintomas do estresse agudo, mas prolongados. Como:

DORES DE CABEÇA TENSIONAIS PERSISTENTES

ENXAQUECAS

HIPERTENSÃO

DOR NO PEITO

DOENÇAS CARDÍACAS

Estresse crônico

Quando uma pessoa se mantém continuamente estressada – e isso faz parte da rotina -, o estresse pode estar se tornando crônico. Nesse caso, as reações do corpo ao estresse e os sintomas não vão embora, afetando diversas áreas da vida. O estresse crônico é um fator de risco para ansiedade e depressão

De acordo com o psiquiatra Mário Louzã, o estresse crônico é prejudicial ao corpo principalmente porque alguns hormônios, particularmente o cortisol, começam a entrar em ação. “Se o cortisol fica muito elevado durante dias, semanas, começa a gerar problema para o organismo, que não foi feito pra ter esse hormônio em sobrecarga”, explica ele.

Alguém que tem estresse crônico apresenta sintomas físicos e emocionais, como:

FADIGA

DESGASTE

MAL-ESTAR

CANSAÇO

ESGOTAMENTO

AUMENTO DA VIGILÂNCIA

DIFICULDADE EM RELAXAR E DESCANSAR

DESÂNIMO

TRISTEZA

SENSAÇÃO DE FRACASSO

DIFICULDADE DE SENTIR PRAZER

ALTERAÇÃO DO SONO.


Transtorno do estresse pós-traumático

Quando o episódio que desencadeou o estresse agudo representou ameaça à sua vida ou à vida de terceiros, é possível que a pessoa desenvolva o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Ele pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais.

Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram. Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

 

 

 

 

 

**retranca

Doenças emocionais: compreenda como afetam nosso organismo

 

A ligação entre o corpo e a mente ajuda a compreender as doenças psicossomáticas, conhecidas popularmente como doenças emocionais. De acordo com a psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos, Maria Camila Mahfoud Marcoccia, essas enfermidades são aquelas cujos fatores psicológicos e sociais interferem no processo orgânico do corpo.

A definição pode ser exemplificada quando há picos de estresse resultando na baixa imunidade, ou dores de cabeça, problemas intestinais e de estômago que aparentemente não tem nenhum diagnóstico clínico. “Assim como quando estamos doentes acaba interferindo na parte psicológica, o psicológico também pode interferir no corpo, ocasionando esses e outros sintomas”, complementa a especialista.

Para esses casos, o tratamento é iniciado com a avaliação adequada de um médico que verifica todas as possibilidades clínicas, para então indicar um acompanhamento psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico. Maria Camila explica que nem sempre há persistência para encontrar a causa do problema, e isso pode ocasionar prejuízos ao bem-estar.

“Ainda existe um preconceito grande com doenças de origem emocional, pois se correlaciona dificuldade emocional com fraqueza, o que pode dificultar a aceitação do diagnóstico e a busca constante por outros médicos, exames etc. Sem o tratamento adequado, a pessoa corre o risco de viver em função de controlar o sintoma e não cuidar verdadeiramente da causa”, enfatiza.

Outro alerta direcionado ao déficit no tratamento é o uso irregular ou excessivo de medicamentos, usados de forma paliativa para sanar os sintomas. “É importante lembrar que as doenças psicossomáticas podem intensificar sintomas de doenças diagnosticadas clinicamente, e para que isso seja amenizado é preciso compreender e tratar a causa”, finaliza.

 

***pôr o info de bem-estar