SAÚDE

Dengue: Cascavel registra mais seis mortes e índice de infestação tem queda

Pelo levantamento feito pelos agentes 27,9% dos focos dos criadouros foram encontrados em recipientes como vasos e pratos

Pelo levantamento feito pelos agentes 27,9% dos focos dos criadouros foram encontrados em recipientes como vasos e pratos
Pelo levantamento feito pelos agentes 27,9% dos focos dos criadouros foram encontrados em recipientes como vasos e pratos

Cascavel – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel divulgou ontem (23) o resultado do 3º LIRAa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral de Aedes Aegypti) do ano que apontou uma considerável queda no índice de infestação. O resultado apontou índice geral de 1,5%, o que é considerado risco médio, sendo que o preconizado pelo Ministério da Saúde é de que fique abaixo de 1%.

No começo desta semana, de segunda (20) a quarta-feira (22), os agentes de endemias vistoriaram um total de 4.783 imóveis em todos os bairros da cidade que foram definidos por meio de sorteio. O secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, lembrou que em janeiro no primeiro Liraa do ano o índice foi de 2,5% e, em março, “acabou assustando” porque o índice subiu para 3,2% e foi um pouco anterior ao grave crescimento de casos de dengue e de mortes na cidade.

“A partir disso que tivemos uma grande incidência de casos quando acreditamos que o índice estava bem acima”, lembrou Bailak. Segundo ele, neste levantamento a queda reforça que os índices começaram a retroceder, mas ainda existem regiões com infestação maiores na casa dos 3%, 2,8% e 2,7%. Nas regiões dos bairros Santa Cruz, Esmeralda, Siena e Paulo Godoy, regiões que já tinham apresentado índice elevado no levantamento anterior.  

Bailak disse que mesmo com a queda do índice “não é hora de relaxar” e que é mais do que fundamental que a população mantenha os cuidados, sendo necessária “faxinas semanais”, eliminando locais que possam acumular água. “É o momento propício para fazer a limpeza com água e sabão de todos os depósitos fixos, bebedouros de animais, vasos plantas, eliminando qualquer ovo ali depositado; realizar o descarte adequado de todos os lixos orgânicos e recicláveis evitando que se tornem possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue”.

Dentro de casa

Pelo levantamento feito pelos agentes 27,9% dos focos dos criadouros foram encontrados em vasos e pratos, frascos com plantas, bebedouros de animais, basicamente dentro das residências. O que chama a atenção é que 53,5% dos focos foram encontrados em lixos e em outros tipos de resíduos sólidos. Pneus e outros materiais rodantes tiveram um índice de 11,6% e calha, laje, ralos e sanitários em desuso foram 3,5%, situações que demonstram os locais em os mosquitos depositam os ovos para a proliferação.
Em epidemia grave da doença, com um dos maiores índices de mortes e de casos, Cascavel confirmou mais 6 óbitos provocados pela doença, sendo que outros 22 continuam em investigação, e mais 986 novos casos. Com isso, a cidade soma um total de 40 mortes e 30.405 casos confirmados de dengue.

Paraná

Conforme o último boletim estadual, o Paraná confirmou mais 34.360 novos casos da doença e 47 mortes. O atual período epidemiológico, que teve início em julho de 2023, soma agora 324 mortes, 393.791 casos confirmados e 719.545 notificações.

Febre Mayaro

A Sesau também confirmou o primeiro caso de febre Mayaro, uma doença infecciosa febril aguda semelhante à dengue e à chikungunya. A doença é causada pelo vírus Mayaro, um arbovírus transmitido por artrópodes. Surtos localizados têm sido registrados na região Amazônica do Brasil, principalmente nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste. O paciente é da cidade, mas esteve em uma missão na cidade de Manaus, no Amazonas, em abril. A suspeita da doença surgiu no fim da primeira quinzena de maio. Ele voltou ao Paraná no fim do ciclo da doença e está bem.

Os sintomas são semelhantes aos provocados pelo vírus Chikungunya e outros arbovírus. O quadro clínico tem início súbito com febre, entre 39 e 40°C, acompanhada de dor de cabeça, artralgia, mialgia, edemas articulares, calafrios, dor retro-orbital, mal-estar, erupção cutânea (exantema), vômitos e diarreia, que pode persistir por 1 a 2 semanas.

Foto: Secom