Reportagem: Cláudia Neis
Cascavel – Com a ampliação de leitos exclusivos para a covid-19 no Hospital Universitário de Cascavel e a retomada do funcionamento da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Brasília no antigo endereço, a Prefeitura de Cascavel estuda fechar o Hospital de Campanha, que funciona no Centro de Eventos como centro de triagem a pacientes de baixa e média complexidade com sintomas respiratórios, suspeitos de covid-19.
A unidade entrou em funcionamento no dia 22 de junho. No local atuam profissionais remanejados de cinco unidades de saúde, que estavam abertas apenas para o atendimento de quadros respiratórios.
Segundo o secretário de Saúde de Cascavel, Thiago Stefanello, hoje (10) deve haver uma decisão sobre a situação. As novas medidas devem ser anunciadas pelas redes sociais do Município.
Em Toledo
Distante 40 quilômetros de Cascavel, Toledo inicia movimento inverso. Foi publicado no Diário Oficial da União aviso de dispensa de licitação para a locação de imóvel para o funcionamento do Hospital de Campanha João Paulo II. O imóvel, locado pela Mitra Diocesana de Toledo, fica na Estrada da Usina, na parte leste do perímetro “B” da Fazenda Britânia.
Por quatro meses, o Município vai desembolsar R$ 42 mil (R$ 10.500 mensais).
O Município não informou como pretende pôr o hospital em funcionamento.
Em Toledo há 16 leitos de UTI exclusivos para o tratamento de pacientes com covid-19, que há semanas têm ficado perto da lotação máxima.
Reivindicação do CMS
Em Cascavel, a reabertura das unidades de saúde já havia sido solicitada pelo CMS (Conselho Municipal de Saúde), que afirma não ter sido consultado sobre o fechamento. “O conselho se manifestou várias vezes para retorno das unidades fechadas pelo gestor, porém entendeu que a falta de EPI [Equipamento de Proteção Individual] impossibilitou por um período a abertura. Fechar o Hospital de Campanha e dar opção para cada usuário ligar para sua USF [Unidade de Saúde da Família] será melhor, pois, se voltasse o atendimento normal, evitaria que muitas pessoas circulassem pela cidade para procurar atendimento no Hospital de Campanha”, ressalta o presidente do CMS, Elton José Munchen.
Ele ressalta que, mesmo com a possibilidade do retorno dos atendimentos ou ampliação da estrutura de tratamento, é preciso que a comunidade continue seguindo as normas estabelecidas, uma vez que a pandemia não acabou e que, neste momento de frio, a incidência de doenças respiratórias aumenta.