Política

Pedágio divide famílias em Corbélia, diz vereador

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), que integra o colegiado, disse que é preciso das forças de lideranças de todo o Estado para evitar os abusos de 24 anos em Corbélia e em outras regiões do Paraná

Pedágio divide famílias em Corbélia, diz vereador

“Há um muro de Berlim, que divide as famílias de Corbélia, que não podem se visitar com frequência por conta do pedágio”, desabafa o vereador Paulo José Borges Cardoso, o Paulo do Raio-X (MDB), que iniciou uma ação na Câmara Municipal contra a cobrança abusiva na praça da BR-369 que divide a cidade do oeste do Paraná. A ação ganhou apoio dos deputados da frente parlamentar que defendem a menor tarifa e caução para obras no novo modelo de concessões das estradas no Paraná.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), que integra o colegiado, disse que é preciso das forças de lideranças de todo o Estado para evitar os abusos de 24 anos em Corbélia e em outras regiões do Paraná. “Não podemos cometer os mesmos erros do passado e permitir que famílias sejam separadas por conta de cobranças abusivas”, disse o deputado nesta terça-feira, 4.

Paulo do Raio-X esteve na Assembleia Legislativa em busca de apoio para evitar que a cidade continue dividida pelo pedágio. “A praça divide os distritos de Nossa Senhora da Penha e Ouro Verde da sede do município. São centenas de famílias impedidas de um contato mais frequente com parentes e amigos por conta da alta tarifa cobrada”, disse o vereador.

Apoio — Romanelli apoiou a iniciativa dos vereadores, acrescentando que vai solicitar que a proposta do movimento “Corbélia Tarifa Zero”, seja incluída nas audiência públicas sobre o pedágio no Paraná. O movimento pede a isenção da cobrança de pedágio para todos os veículos emplacados na cidade, como forma de amenizar o custo de produção e facilitar o deslocamento dos moradores da área rural à urbana.

Com vocação agrícola, cerca de 40% dos 18 mil habitantes de Corbélia estão divididos pela praça de pedágio e só podem ter acesso à cidade se pagarem a tarifa de R$ 17,70 por veículo.

Para o vereador, além de dividir as famílias, o pedágio de Corbélia também encarece a produção e provoca efeitos negativos na economia local. “Por conta do alto custo do pedágio, muitos moradores acabam consumindo em outros municípios da região, para não ter de pagar pedágio. Além disso, a produção também fica mais cara, já que para entregar as mercadorias, as empresas acabam incluindo o preço da tarifa no custo do frete”, explica o vereador.

Romanelli lembra que o parecer do TCU (Tribunal de Contas da União) é favorável aos deputados paranaenses, que vão decidir pela inclusão ou não das rodovias estaduais na proposta do governo federal. “Caso o Ministério da Infraestrutura mantenha a decisão de limitar o desconto, cobrança de taxa de outorga e do degrau tarifário, os deputados não vão incluir as rodovias estaduais na proposta. O Paraná não quer mais ser modelo de negócios que não dá certo e não vamos cometer os mesmos erros do passado”.