Política

Deputada Claudia Pereira nega compra de votos nas eleições de 2014

Parlamentar foi ouvida na segunda-feira (11) como testemunha convocada pela defesa do marido e ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB).

deputada estadual Claudia Pereira (PSC) negou que tenha havido compra de voto para sua campanha nas eleições de 2014. A declaração foi dada na segunda-feira (11) durante depoimento à Justiça Federal na ação que apura um esquema de corrupção na Prefeitura de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, supostamente comandado pelo marido, o ex-prefeito Reni Pereira (PSB).

Claudia Pereira – investigada em outra ação que corre em segredo de justiça e aguarda análise do Tribunal Reginal Federal da 4ª Região (TRF4) em Porto Alegre (RS) por ter foro privilegiado – foi ouvida a pedido da defesa de Reni na condição de informante por ser esposa do réu. O depoimento por videoconferência prestado em Curitiba durou cerca de uma hora e foi acompanhado pelo ex-prefeito.

Segundo o advogado da deputada, Vitor Sprada Rossetim, os investigadores que integram a Operação Pecúlio incluíram no processo uma foto de um santinho da então candidata à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) com um vale de 10 litros de combustíveis.

A deputada afirmou que o número do santinho não foi o usado por ela na campanha e que, portanto, não houve compra de votos.

Delações que fazem parte das investigações da Operação Pecúlio indicam ainda que o dinheiro para financiar a campanha da agora deputada foi desviado, por exemplo, de obras de pavimentação e de serviços de transporte. Esta acusação, no entanto, não foi questionada na audiência desta segunda.

Indicações para cargos

Em outra parte do depoimento, Claudia explicou uma conversa em que aparece supostamente indicando pessoas para trabalharem em empresas terceirizadas que prestavam serviços ao município.

O advogado, que acompanhou a videoconferência em Foz do Iguaçu, onde a ação corre, leu um trecho da investigação que registra uma troca de mensagens entre Claudia Pereira e o então secretário de governo, Carlos Juliano Budel.

A mulher de Reni, que em setembro de 2013 era secretária municipal de assistência social, cobra de Budel a contratação de seus indicados.

Na mensagem ela escreve: "Budel, várias pessoas que eu mandei o nome ainda não foram chamadas para trabalhar. Vou te mandar mais uns nomes. Só que isso gera expectativa e frustração. Elas ficam me ligando para avisar que ainda não iniciaram. Será que vão chamar mesmo?"

Claudia explicou que quando Reni assumiu a prefeitura decretou moratória. Portanto, durante a suspensão do pagamento de dívidas e recuperação das finanças não era possível fazer novas contratações.

Quando a moratória foi encerrada, completou, disse que começou a enviar os nomes, como era previsto, para cargos de diretoria na secretaria de assistência social.

De acordo com o advogado de Claudia, apesar das indicações, as nomeações sempre passavam por Budel.

“O crivo, claro, era do secretário que obtinha a demanda e passava para o secretário para analisar possíveis incongruências, como a falta de uma certidão, se a pessoa é qualificada tecnicamente ou não. Esse papel de secretário de governo era para fazer um filtro”, comentou ao explicar a conversa entre Cláudia e Budel.

A defesa de Carlos Budel disse que o diálogo entre o ex-secretário e a deputada comprova as declarações prestadas no termo de colaboração e “demonstram que Budel sofria pressão de todos os lados para dar vazão à vontade do gestor Reni e de sua esposa”.