Política

Câmara aprova CPI para investigar construção do HR

Toledo – Dezesseis assinaturas garantiram a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai apurar erros no planejamento e na execução da obra do Hospital Regional em Toledo, que há mais de dez anos está em edificação sem atender a um único paciente até hoje. O investimento na obra que nem sequer foi inaugurada e já precisa de reformas totaliza R$ 16 milhões, sendo R$ 11 milhões do governo federal e o restante do governo municipal.

O vereador que propôs a CPI, Ademar Lineu Dorschimidt, destacou que todos os vereadores manifestaram desejo de assinar autorizando a abertura dos trabalhos. “Só não obtivemos 100% das assinaturas por detalhes de agenda e técnicos, mas teremos as outras três assinaturas nas próximas horas”, disse.

Ademar Dorschimidt afirmou que a CPI precisa esclarecer a veracidade de fatos importantes e não apenas de “ninharias”: “Essa será a CPI Elefante Branco, que prestará um grande serviço para a comunidade de toda a região. O tamanho das portas nos interessa, mas também queremos saber sobre o planejamento e execução que tantos prejuízos já provocaram para a saúde pública”, afirma, referindo-se às portas que terão de ser refeitas porque não permitem a passagem de macas.

A vereadora Janice Salvador (PP) afirmou que o empenho será grande para que todos os processos e os possíveis erros na obra sejam amplamente esclarecidos. “Todos temos a mesma missão e objetivo nesta causa”.

Já o vereador Edmundo Fernandes (PRB) disse que espera que a CPI leve em consideração todas as etapas da obra. “Não me venha dizer que vão procurar culpados em apenas uma gestão. Eu defendo que a investigação seja feita desde a primeira valeta aberta no local”.

Relembrando

Ainda em fevereiro o Jornal O Paraná denunciou que o Hospital Regional de Toledo havia se transformado em um elefante branco. Agora, os números vão confirmando a reportagem veiculada no dia 6 de fevereiro, sob o título “Hospital Regional pode ser o grande ‘golpe’ do oeste”, inclusive pelo fato de que o prédio continua vazio, sem atendimento até agora.

Auditoria apontou diversas irregularidades

Uma auditória feita pela Prefeitura de Toledo apontou irregularidades que deixaram R$ 1.632.642,91 de prejuízos aos cofres públicos. Desse montante, R$ 1.103.130,78 se referem às instalações elétricas e R$ 529.512,13 aos serviços estruturais. Agora a gestão cobra a responsabilidade da construtora e a punição dos servidores fiscais.

Dentre os problemas, estão até mesmo acesso de passagem de cabos, faltam quadros elétricos, faltam painéis, faltam disjuntores, faltam postes, que foram todos pagos. Os materiais instalados têm espessuras e diâmetros diferentes do material pago e muitos outros apresentam qualidade muito baixa da contratada/paga. Todas as lâmpadas instaladas são 127v, e o Hospital opera em tensão 220/380v. As portas das enfermarias têm dimensão inferior à do projeto e precisam ser refeitas. Assim como ficaram inacabados a central de gás e o depósito de resíduos; coletores solares tiveram a instalação paga, porém não foi realizada, assim como também foram pagos e não feitos a cobertura na saída do necrotério e os equipamentos de gasoterapia.

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