Policial

Fuga da PEC: Secretário diz que envolvidos serão responsabilizados

De acordo com ele, todas as circunstâncias da fuga serão apuradas com rigor

Cascavel – O secretário estadual da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, esteve em Cascavel na manhã de quarta-feira (27) para a apresentação de uma grande quantidade de cocaína apreendida no dia anterior pela Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos). Na ocasião, ele comentou sobre os recentes episódios envolvendo a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel).

Mesquita ressaltou que a Polícia Civil de Cascavel já instaurou um inquérito para investigar a fuga de sete detentos da unidade, ocorrida há menos de duas semanas. De acordo com ele, todas as circunstâncias da fuga serão apuradas com rigor.

“Os fatos são graves e serão investigados. Todos os agentes públicos que estão envolvidos com esse fato, sejam eles agentes penitenciários ou da administração da unidade, serão responsabilizados pelos seus atos”, garantiu.

Com relação à atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) dentro da PEC, Mesquita destacou o esforço das forças de segurança para combater este problema.

“Temos feito um trabalho firme em relação a facções criminosas que atuam nos presídios. O Paraná foi o primeiro e único estado a fazer uma operação com mais de 800 prisões em relação a este grupo. Foi instaurado um inquérito e há que se comprovar essas denúncias”.

Sindarspen

Na segunda-feira (25), o Sindarspen (Sindicato Dos Agentes Penitenciários do Paraná) protocolou junto ao Ministério Público um pedido para que as denúncias sobre a atuação de facções na PEC sejam investigadas. O sindicato afirma que a situação é antiga e nenhuma atitude foi tomada até agora pela Secretaria de Segurança Pública, nem pelo Depen (Departamento de Execução Penal).

Foram entregues diversas cartas escritas por presos e áudios gravados dentro da penitenciária que indicam para a presença do crime organizado na unidade. O secretário afirmou que se houver comprovação de que o Sindarspen agiu com segundos interesses, ele será responsabilizado.

“Os agentes penitenciários são funcionários públicos. Eles estão regidos sob as normas da Administração Pública. Existe uma corregedoria, existe todo um canal técnico para que sejam feitas essas denúncias”, esclareceu Mesquita.

Investigações sobre quadrilha iniciaram em 2015

Uma grande ação realizada pelos núcleos de Cascavel e Foz do Iguaçu da Denarc em conjunto Polícia Rodoviária Federal na tarde de terça-feira, em Cascavel, levou à apreensão de 442 quilos de cocaína, além de 1,4 quilo de haxixe.

A droga estava em ônibus que seguia com destino a São Paulo e cujos dois motoristas, de 48 e 61 anos, foram presos em flagrante. Segundo a Polícia Civil, na mão dos traficantes a quantidade poderia render até R$ 10 milhões.

“Com essa apreensão, já tivemos a apreensão de mais de uma tonelada de drogas na região apenas no mês de janeiro. O Oeste é estratégico e essa apreensão denota a alta capacidade das quadrilhas noe fornecimento de drogas”, comentou o secretário da Segurança Pública, lembrando também das apreensões realizadas pela Polícia Militar.

“A PM, por meio do 6º Batalhão, apreendeu uma tonelada de drogas. São duas toneladas apreendidas só na região durante esse mês”, frisou Wagner Mesquita.

Conforme o delegado da Denarc de Foz, William da Rocha, as investigações, que resultaram na apreensão de anteontem iniciaram ainda no ano passado. As equipes receberam a informação de que o ônibus seria usado par transportar uma grande quantidade de entorpecentes e conseguiram realizar a abordagem. A droga estava escondida em um fundo falso sobre um dos eixos do veículo.

“Não temos como afirmar se o proprietário da empresa está envolvido. Foram autuados em flagrante os dois motoristas. Eles ficaram em silencio. Mas tudo será apurado pelo inquérito policial. Temos 30 dias para concluir esta investigação e pretendemos identificar tanto o fornecedor quanto quem receberia esta grande quantidade de drogas”, explicou o delegado.

O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Julio Reis, ressaltou a importância no trabalho de repressão ao tráfico de drogas.

“É um forte golpe contra os traficantes. Essa repressão tem refletido nos índices de criminalidade do Estado inteiro. Não só Cascavel, mas também Maringá, Londrina e até mesmo Curitiba tiveram redução nos crimes de homicídio”, frisou.