Opinião

O perigo está no seu quintal

Por Carla Hachmann

Há pelo menos duas décadas ouvimos que não se deve deixar recipientes que possam acumular água no quintal para não se tornarem criadouros do mosquito transmissor da dengue. Após alguns sustos, a população vai se folgando e o problema volta a assombrar. E ele se multiplica com o próprio descaso do poder público, que também não faz tanto esforço para cuidar dos prédios próprios. E assim o mosquitinho vai se proliferando livre e solto.

Cascavel, particularmente, vive um período conturbado na já difícil saúde pública, cujas complicações se estendem até a quem não depende de postos de saúde. Desde dezembro bate cabeça com um surto de diarreia que, passados quase cinco meses, ninguém sabe a origem (ou não faz questão de contar).

Agora se somam os casos de dengue, que se multiplicam de maneira preocupante, e a gripe parece que chegou antes do frio, lotando UPAs e hospitais de gente com sintomas que se assemelham mas que têm tratamentos bem diferentes. A combinação tem um resultado: o caos.

A situação não é exclusiva de Cascavel (salvo os casos de diarreia), o que só piora o cenário, pois o Município é referência para toda a região, que vem em busca de atendimento quando a estrutura das suas cidades já não dá mais conta.

Se as previsões pessimistas se confirmarem, com a dengue continuando a fazer vítimas de maneira assustadora, e a gripe que parece estar vindo ainda mais agressiva, teremos tempos difíceis e que precisarão ainda mais do envolvimento de todos. Pelo que se vislumbra, não será de se estranhar se voltarmos a circular nas ruas de máscaras e começar a isolar entes para tentar conter uma epidemia. Não temos condições de lidar com nada pior do que já temos.