Há pelo menos duas décadas ouvimos que não se deve deixar recipientes que possam acumular água no quintal para não se tornarem criadouros do mosquito transmissor da dengue. Após alguns sustos, a população vai se folgando e o problema volta a assombrar. E ele se multiplica com o próprio descaso do poder público, que também não faz tanto esforço para cuidar dos prédios próprios. E assim o mosquitinho vai se proliferando livre e solto.
Cascavel, particularmente, vive um período conturbado na já difícil saúde pública, cujas complicações se estendem até a quem não depende de postos de saúde. Desde dezembro bate cabeça com um surto de diarreia que, passados quase cinco meses, ninguém sabe a origem (ou não faz questão de contar).
Agora se somam os casos de dengue, que se multiplicam de maneira preocupante, e a gripe parece que chegou antes do frio, lotando UPAs e hospitais de gente com sintomas que se assemelham mas que têm tratamentos bem diferentes. A combinação tem um resultado: o caos.
A situação não é exclusiva de Cascavel (salvo os casos de diarreia), o que só piora o cenário, pois o Município é referência para toda a região, que vem em busca de atendimento quando a estrutura das suas cidades já não dá mais conta.
Se as previsões pessimistas se confirmarem, com a dengue continuando a fazer vítimas de maneira assustadora, e a gripe que parece estar vindo ainda mais agressiva, teremos tempos difíceis e que precisarão ainda mais do envolvimento de todos. Pelo que se vislumbra, não será de se estranhar se voltarmos a circular nas ruas de máscaras e começar a isolar entes para tentar conter uma epidemia. Não temos condições de lidar com nada pior do que já temos.