Opinião

O Dia do Trabalhador na tragédia da pandemia de Covid-19

Leia a opinião do ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil, Dilceu Sperafico

O Dia do Trabalhador na tragédia da pandemia de Covid-19

Por Dilceu Sperafico*

Para nosso alívio, orgulho e satisfação, o Paraná, o Oeste do Estado e Toledo, também conhecida como “cidade labor”, estão enfrentando com muita competência, determinação e solidariedade, uma das maiores tragédias da pandemia de covid-19.

Trata-se do desemprego, devido às restrições impostas ao comércio e setor de prestação de serviços e o isolamento social da população, impedindo a presença de consumidores nos estabelecimentos.

Graças a esse diferencial e potencial de nossa economia, certamente temos muitas razões e motivações para comemorar o Dia do Trabalho ou do Trabalhador, neste dia 1º de maio.

Prova disso são dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrando que o Paraná se destacou na Região Sul e foi o quarto Estado do País na geração de empregos formais, em março último.

Para isso, como sabemos, contribuíram muito o aumento da produção e das exportações do agronegócio e da agroindústria, que são destaques na economia do Oeste e de Toledo.

Exemplo desse privilégio da economia rural está no setor turístico, que no País já perdeu mais de 65 bilhões de reais com a pandemia.

O agravamento dos problemas sociais de Foz do Iguaçu, uma das maiores atrações do Estado e do País, é outra demonstração de que a produção, exportação e comércio de alimentos e derivados, além de matérias-primas, são atividades menos afetadas pela infecção do novo coronavírus em todo o planeta.

Conforme os dados do Caged, em março último o Paraná gerou 11.507 novas vagas de emprego formal, ficando atrás apenas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Segundo o levantamento, para a obtenção do saldo positivo, o Paraná registrou no período 126.517 admissões contra 115.010 demissões. Em fevereiro, havia elevado em 70% as contratações de janeiro, que ficaram em 24.342 vagas. Já com relação a fevereiro de 2020, o crescimento na geração de empregos formais no Estado foi de 68%.

Os setores que mais se destacaram na contratação de empegados no Paraná em fevereiro foram a prestação de serviços com 17.819 postos de trabalho e a indústria da transformação e agropecuária com 10.213 novos empregos.

No País, que se destacou no crescimento das exportações de grãos, carnes e derivados, em fevereiro último foram contratados 401.639 novos empregados, o melhor resultado para o mês em 30 anos, contra 184 mil em março.

De acordo com o Caged, no País em março foram contratados 1,6 milhão de trabalhadores formais e demitidos 1,4 milhão. Tais números merecem ser comemorados, porque em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB), caiu 4,1% em relação a 2019, devido, inclusive, ao aumento do desemprego que atinge mais de 14 milhões de trabalhadores.

Com algum alívio na pandemia, parcela considerável da população de baixa renda, que hoje depende de auxílios emergenciais do poder público e solidariedade de instituições, empresas e cidadãos para sobreviver, ganharia poder de consumo.

Para isso, é fundamental o apoio à macroeconomia, estimulando o processo de diversificação produtiva e incentivando o setor industrial, que valoriza a produção primária e tem maior capacidade de gerar empregos, usufruindo dos benefícios do crescimento do mercado interno.

No caso, carnes de frangos e suínos e derivados, ovos, leite e outros alimentos produzidos com abundância e qualidade, no município, no Estado e no País.

*O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil  do Governo do Estado

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