
A compra do Hospital Policlínica por parte da Unimed de Cascavel voltou esta semana a alimentar discussões, troca de ideias, divergências de opiniões, mas acima de tudo isso emerge uma constatação que há muito já deveria ter sido encarada com a devida responsabilidade, pois envolve o que se conhece por saúde pública, posto que alcança e cobre tanto a economia de uma sociedade, como também, os cuidados – imperiosos cuidados – com a saúde das pessoas…e pessoas são “gente”, algo bem diferente de animais. Gente que, até na música brasileira, embora sem êxito, se busca proteger, como, por exemplo, a inesquecível agitadora de festivais, “Disparada”, de Geraldo Vandré, que diz num de seus versos:
//“Porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata…Mas com gente é diferente”.// É, mas na saúde pública não é muito diferente, já que não são poucas as notícias a respeito de tratamento inadequado nos hospitais da rede pública, SUS, etc. com gente até pelos corredores, assim como em grande parte do atendimento por planos de saúde quando, para uma simples consulta, não raras vezes mandam aguardar dias, ou seja, tratamento conflitante para “com gente”.
Mas o que nos leva a analisar agora é essa negociação da Unimed na compra da Policlínica. É expectativa de “dinheiro grosso” borbulhando no clima, revelando que a saúde nos parece ser tratada em plano secundário, pois as finanças são bem mais importantes, deixando claro que esses planos objetivam “mais negócios” – embora ótica oposta do Cade – do que curas necessárias. E, se assim é, por que não melhorar os valores da retribuição aos médicos que, em meio a classe, cansaram de reclamar da remuneração, antes da operadora acumular fortunas, a ponto de se dispor até a comprar hospital?
Por que não ajustar-se à critérios mais sociáveis nas exigências de mensalidades na exploração dos clientes que até hoje jamais foram brindados com um bônus sequer que viesse amortizar as mensalidades? Ou seja, se não usou os serviços que seja recompensado. Hoje em dia um cidadão que entra num plano da Unimed, por exemplo, paga, digamos, três mensalidades em três meses e não usa os serviços, tirou do bolso três parcelas, digamos de 1.330 cada, gastando por volta de quatro mil reais, operação na qual só a Operadora ganhou…o cliente só desembolsou. Nenhum bônus prá isso??
Nossos parlamentares não mexerem até hoje nesse tipo de operação, para estabelecer lei e formas mais acessíveis… lógicas e razoáveis…Por que??? Os lobistas, em nome dos chamados Planos de Saúde, falam “mais forte” em seus ouvidos e ordenam:“Não mexam nisso”? Cadê vocês deputados, deputadas e senadores do Paraná, que não tratam de ações em favor da nossa população? Eu mesmo relato um problema pessoal: Saí de uma empresa e com isso meu plano de saúde – com quase 40 anos vinculado – foi também desligado.
Quase 40 anos, repito e estou em idade avançada. Bem avançada. E me foi exigido pela Unimed fazer outro plano, ignoraram o vínculo de quase 40 anos e “os senhores do Plano” ainda se acharam “benfeitores”(!) a mim, no novo exigido, em ignorar a “carência” …Quase 40 nos anos como participante e ter a humilhação de ver impingirem – “por gentileza”, segundo a agente”- protocolo de carência…E…como GENTILEZA ou BRINDE? – Como que fazendo “um favor”? Quase 40 anos…BRINDE??(!) Deve ser “placebo de surrealismo”. Por que não me dão direito a usar o MESMO PLANO E A MESMA MENSALIDADE??? Por que? Isso é justo?? Outra comigo?
Pois não: Me foi diagnosticada, um dia, a exigência de implantação de lente e isso através de cirurgia. Soube que havia duas procedências de lentes…uma brasileira, de qualidade inferior e a importada. Diante da resistência da Unimed em liberar a importada, a não ser pagando uma dolorosa diferença, conversei com uma doutora de lá e Ela me informou que a decisão era final. Então, disse a ela que iria falar com a Direção, POIS EU TERIA DIREITO a lente de melhor qualidade, pelo meu plano, mas, ela me respondeu que de nada adiantaria, pois Ela fazia parte do Conselho da Unimed… E VOTARIA CONTRA meu pedido”. Fiquei de “boca aberta” por um punhado de segundos.
No Instituto da visão, através do Dr.Kuss, me foram colocadas as lentes importadas, sem pagamento de diferença. Graças ao Instituto da Visão que entendeu, ao contrário da Unimed, que eu deveria receber a importada, Instituto da Visão que sempre me atendeu de forma eficaz, eficientíssima. Ao qual sou grato até hoje e sempre.
Não costumo tratar pela imprensa assuntos que me envolvam, mas como o Ratinho – dia desses – levou para Rede Nacional do SBT um caso com seu filho, incluindo reportagem, passei a entender que, afinal de contas, por ser com um integrante da imprensa, um caso não deixa de se impor ao conhecimento público para que avalie distorções. Um obrigado ao Ratinho.