“Quando um casal vive muito tempo junto e não se casa, um diz ao outro: estou procurando algo melhor.” (Bert Hellinger)
Um é o tempo da juventude, outro o da maturidade. Os dois tempos não são medidos simplesmente pelos anos de cada pessoa.
O que determina se estamos no tempo da juventude ou se estamos no tempo da maturidade é a consciência da responsabilidade pelo que fazemos.
O tempo da juventude é o tempo das experiências, do desejo de experimentar o novo. Quando se trata de relacionamentos, o tempo da juventude é o tempo dos namoros, das trocas de parcerias, das protelações. A pessoa prefere “ficar junto” por tempo indefinido em vez de assumir uma posição em relação à parceria.
Por detrás disso está o medo do vínculo como se ele nos tirasse a liberdade. No tempo da juventude vivemos a ilusão de que a liberdade é plena.
Existem pessoas que chegam à velhice permanecendo no tempo da juventude. Seus relacionamentos nunca alcançam a permanência. São breves e sempre estão em busca da emoção inebriante da paixão.
Quando alguém define a sua condição dizendo: “Tenho um relacionamento contigo”, na verdade diz outra coisa: “Você não é suficiente para mim; estou procurando algo melhor”. Esta postura fere constantemente o parceiro ou parceira.
Por isso, o tempo da maturidade é, ao contrário do tempo da juventude, o tempo da estabilidade, da permanência. É o tempo de quem toma decisões definitivas: “Quero me casar com você”. Quem diz isso, diz assim: “Você é a pessoa certa para mim”. Por isso, “estar juntos” e “casados” são situações completamente diferentes!
Quem vive o tempo da maturidade, assume o vínculo definitivo como possibilidade de plenitude. O pleno acontece não por uma vazia ideia de liberdade, e sim através do compartilhamento da vida vivida como casal. O casal é o portal que nos conduz à plenitude, porque nos abre o caminho da paternidade e maternidade. É o caminho pelo qual passamos a vida adiante.
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