“Quando a pessoa se separa, ela não somente tem a possibilidade e o risco de um novo começo, mas também a outra pessoa. Quando, porém, a outra pessoa se fecha e permanece na dor, fica mais difícil para a primeira embarcar em seu novo caminho. Quando, apesar disso, ela aproveita a nova possibilidade, dará liberdade e alívio também à outra pessoa. Dentre todas as formas de perdoar, esta é para mim a mais bela. Ela reconcilia, mesmo que a separação permaneça.” (Bert Hellinger, Zweierlei Glück, p. 33)
Algumas vezes, quando em um relacionamento de casal uma das partes deseja a separação, no fundo ela está em busca de uma possibilidade nova e mais ampla para si, e se percebe presa e sem liberdade para isso dentro do seu relacionamento. A dúvida que emerge dentro dela é: Como começar isso sem prejudicar ou machucar a outra pessoa?
Quando olhamos para uma separação sem nos deixar afetar pelas dores vividas pelo casal, se mostra de maneira clara que a separação abre novas possibilidades para ambos, e não unicamente para aquela parte que deseja deixar a relação.
No entanto, quando a parte que deseja sair da relação percebe que a outra parte, em vez de olhar para as novas possibilidades se fecha e permanece na dor, fica difícil até mesmo para a parte que deseja sair efetivar a sua decisão. Por causa disso, costuma postergar indefinidamente o momento de sair.
Quando, nesta situação, a parte que deseja sair da relação assume o risco e efetiva a separação, possibilita também à outra parte experimentar a liberdade de recomeçar e de superar as dores do relacionamento anterior.
O momento em que a ruptura se efetiva costuma ser de muita dor. Nesta situação se “condensam” todos os momentos ruins vividos na relação e que aparecem como raiva, mágoa, desejo de vingança, ressentimento, ofensas.
Quando o casal não consegue superar este quadro de infelicidade na separação, o que se seguirá encontrará muitas dificuldades. Vai pairar no coração de ambos a sombra da mágoa e ressentimento que os prenderão um ao outro na dor.
No entanto, quando as duas partes conseguem olhar para o novo, para as possibilidades que se abrem com a liberação da relação anterior, pode acontecer um perdão recíproco, ainda que apenas de forma tácita e não verbalmente expresso.
Esta é dentre todas as formas de perdoar a mais bela. O casal permanece reconciliado, isto é, em paz, ainda que passe a viver de forma separada.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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