Agronegócio

Sistema para destinação de embalagens é considerado modelo

Sistema utilizado no Brasil faz o recolhimento de 94% das embalagens

Sistema para destinação de embalagens é considerado modelo

O produtor rural paranaense já sabe: depois de utilizar um produto agroquímico, precisa lavar a embalagem três vezes (tríplice lavagem) e encaminhá-la para a reciclagem. Desde 2000 essa prática faz parte da rotina do homem do campo, que consolidou o Brasil como o maior recolhedor desse tipo de embalagem no mundo.

No centro desse trabalho está o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), entidade sem fins lucrativos formada pelas associações das indústrias de agroquímicos no Brasil para dar conta de uma legislação que obriga os fabricantes a realizarem a logística reversa das embalagens. Ou seja, as empresas precisam dar o encaminhamento ambientalmente correto destes materiais após o seu uso no campo.

De acordo com o coordenador regional de operações do InpEV no Paraná, Fábio Macul, essa história começa ainda antes de 2000. Na época do então governador Jaime Lerner foi criado o projeto Terra Limpa, que levou o Estado a se tornar o primeiro do País a manter um programa de recolhimento, armazenamento e reciclagem de embalagens de agroquímicos. “Só que o governo estadual descobriu que não tinha o que fazer com aquelas embalagens. E o volume era muito grande”, recorda.

Logo na sequência, a Lei Federal 9.974/00 trouxe novidades para o setor ao atribuir a cada agente da cadeia agrícola – produtor, comerciante, fabricante e poder público – a responsabilidade pela devolução das embalagens usadas dos produtos agroquímicos. Nesse contexto, o InpEV surgiu para integrar todos os elos dessa cadeia e gerenciar o sistema de logística reversa.

Desde que entrou em funcionamento, em 2002, o instituto já recolheu mais de 537 mil toneladas de embalagens. O número pode ser conferido no Embalômetro, sistema de contagem disponível no site do InpEV (www.inpev.org.br) que aumenta a cada minuto, conforme mais material é recolhido.

Hoje, segundo Macul, o índice de devolução das embalagens usadas no Brasil é de 94%. Para efeito de comparação, em segundo lugar no ranking mundial vem a Alemanha, com 70%, e, na sequência, o Canadá, com 65%.

O Paraná é o segundo Estado brasileiro em volume total de entregas, atrás do Mato Grosso.