Saúde

Profissionais da Unioeste fazem força tarefa para consertar equipamentos hospitalares

“Hoje os hospitais possuem estrutura, porém, se os números de casos subirem, não haverá equipamentos suficientes."

Profissionais da Unioeste fazem força tarefa para consertar equipamentos hospitalares

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, tem atuado em diversas frentes de trabalho no combate ao novo Coronavírus (Covid-19). O Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT), reuniu um grupo de profissionais e alunos doutorandos da Unioeste, para atuar na recuperação de respiradores e equipamentos de hospitalares.

Com o apoio da área de inovação da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), estudantes do programa de pós-graduação em engenharia, profissionais voluntários da área da saúde e empresários do SRI/Iguassu Valley se uniram para consertar e fazer a manutenção de respiradores e demais equipamentos que podem ser utilizados no tratamento do COVID-19 e que estavam parados, sem peças de reposição.

Para Cristiano Lewandoski, doutorando em engenharia de energia no campus de Cascavel, e coordenador da equipe de trabalho, a iniciativa pode ajudar a salvar vidas no combate ao coronavírus. “Hoje os hospitais possuem estrutura, porém, se os números de casos subirem, não haverá equipamentos suficientes. Por isso, estamos virando a noite para fazer esse trabalho e atender a demanda local”.
O trabalho por enquanto está sendo realizado para o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) e Hospital Regional de Francisco Beltrão. O grupo possui experiência com manutenção de aparelhos e impressão de peças utilizando impressora 3D, e conta com 10 voluntários na equipe técnica do projeto.

O professor orientador, Reginaldo Ferreira dos Santos, ressalta o orgulho dos alunos e voluntários e o engajamento de empresas e membros da comunidade. Além disso, ele destaca a importância do trabalho em conjunto para atender a demanda. “Com essa frente de trabalho podemos aumentar a disponibilidade de equipamentos para atendimento nos hospitais e melhor aplicar os recursos financeiros em outras ações que se fazem mais necessárias nesse momento. O grupo mostra com essa ação que cada um de nós podemos ir muito além do que já fazemos ou somos pagos para fazer. Cremos como Universidade que o mínimo que podemos fazer nesse momento é ajudar a mudar o nosso em torno”.
Até agora, os equipamentos que foram encaminhados para manutenção foram: Ventilador Pulmonar (respirador), Aspirador Cirúrgico e Tomógrafo. Além desse trabalho, foi estruturado um centro de impressoras 3D, para construção de peças que compõem os equipamentos hospitalares. Uma pequena peça que custaria no mercado cerca de R$ 200,00, passa a custar apenas R$ 2 sendo impressa com essa tecnologia, ou seja, apenas o custo do material (filamento) que é utilizado.

Um esforço coletivo começou e empresas particulares emprestaram suas impressoras para que a Unioeste aumente a capacidade de produção das peças, pois o processo muitas vezes é demorado. Toda parceria é bem vinda nesse momento, destaca o reitor da Universidade, professor Alexandre Webber. “É essencial no momento em que estamos que todos precisam ajudar. Não podemos ter nenhum equipamento parado na nossa região, e a capacidade que nossos bolsistas tem, com a impressão de peças em impressoras 3D é necessária para que os hospitais consigam colocar todos os leitos em funcionamento”.

A equipe tem trabalhado dia e noite no intuito de atender a demanda, combatendo o coronavírus. Os equipamentos passam por uma análise e o objetivo é enviá-los de volta aos hospitais em até 72 horas. É na avaliação de cada equipamento que é definido o tempo de manutenção e conserto, por isso alguns podem levar mais tempo.

Thomas Oehninger Ramos, também participa do projeto e afirma que o trabalho iniciou pela percepção da demanda dos hospitais da região não só para manutenção de respiradores, mas também para a manutenção de equipamentos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) utilizados para atendimento dos pacientes de COVID-19. “Além disso, temos uma estrutura com bonecos que conseguimos através do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, para testarmos esses equipamentos antes de enviarmos de volta para o hospital”, explica.

A equipe é composta por: Cristiano Lewandoski, Amauri Ghellere Garcia Miranda (Estudante de Doutorado em Engenharia de Energia na Agricultura), Selmo José Bonatto (NIT), Thiago Benincá Trentini (Estudante de Mestrado em Engenharia de Energia na Agricultura), engenheiro Thomas Oehninger Ramos (NIT), e as fisioterapeutas Keli Lovison dos Santos, Mayane Karolina Leonardi, Danielly Aparecida Matias Mendes dos Santos e Josilene Begnini.