Opinião

Prevenir é melhor que remediar

Por Carla Hachmann

Dizem que dor de barriga não dá só uma vez. Ou então que cachorro picado por cobra tem medo de linguiça. E, ainda, gato escaldado tem medo de água fria. Esses ditados resumem o sentimento dos paranaenses com os pedágios do chamado Anel de Integração.

Descobrir depois de 20 anos que pagamos tarifas supermajoradas esperando por obras que nunca sairiam do papel deixou todos desnorteados. A Justiça ainda tenta recuperar parte do dinheiro jogado fora (ou melhor, para o bolso de uma minoria), mas de qualquer forma a lesão já foi feita e não parece cicatrizar tão cedo.

Enquanto tentam descobrir e provar quem de fato se beneficiou com o esquema de propinas para que sejam punidos, a discussão agora é com relação aos próximos pedágios, a serem licitados ano que vem.

Tudo indica até então que o modelo de concessão será por outorga. Ou seja, quem der um valor mais alto pelo pacote leva. Nesse caso, a tarifa já é pré-estabelecida, mas ainda pode haver algum desconto na negociação.

Nesse caso, a discussão é de quem ficaria com esse dinheiro: a União ou o Estado?

Uma outra vertente defende que a licitação ocorra por menores tarifas e mais obras. Ou seja, quem se propuser a fazer mais cobrando menos leva. Nesse caso, não tem briga pela bolada da outorga, e parece que a divisão seria mais justa, porque todos que passarem pelas cancelas serão “beneficiados”, pagando menos.

A região oeste acompanha atentamente as discussões. Afinal, apesar da sua importância econômica, foi duramente prejudicada com os pedágios mais caros do País e com uma pequena parcela das obras prometidas. É fundamental que a história não se repita.