Saúde

Paraná: 5ª maior prevalência de câncer colorretal do País

Consumo excessivo de carne vermelha pode colaborar para o alto índice de câncer no Estado

Paraná: 5ª maior prevalência de câncer colorretal do País

O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, isso é, no cólon ou em sua porção final, o reto. O Paraná registra a quinta maior prevalência de câncer colorretal (intestino grosso e reto) no Brasil, com cerca de 2,8 mil novos casos a cada ano. Dentre os alertas, o excesso de consumo de carne vermelha está diretamente relacionado com uma maior incidência desse tipo da doença. De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), os índices dos cânceres de intestino predominam nas Regiões Sul e Sudeste.

Em alusão ao Março Marinho, mês de conscientização sobre o câncer colorretal, a médica oncohematologista Jerusa Miqueloto, do Frischmann Aisengart, laboratório Dasa, ressalta que a doença possui diferentes causas envolvidas em seu desenvolvimento. Em razão disso, além da adoção de uma dieta equilibrada, ela recomenda estabelecer outras medidas preventivas como praticar regularmente exercícios físicos, controlar o peso, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso.

A especialista alerta ainda que alguns casos, a minoria, podem ser resultado de síndromes genéticas e por isso, nesses casos, os exames preventivos devem ser realizados com mais frequência.

Investigação da doença

A médica revela que o principal exame para investigação de câncer colorretal é a colonoscopia, indicado para homens e mulheres assintomáticos a partir dos 50 anos e com repetição a cada 5 ou 10 anos (de acordo com orientação médica). Recomenda-se também que, caso haja um ou mais episódios de câncer colorretal em parentes de 1º grau, a primeira colonoscopia seja feita a partir dos 40 anos e com repetição anual.

De acordo com ela, a investigação da doença também se dá por meio da pesquisa de sangue oculto nas fezes. Utilizado em muitos casos como triagem prévia à colonoscopia, o exame não é invasivo, é mais barato e de repetição anual. Também existem exames de sangue que podem contribuir para o diagnóstico precoce, como o marcador tumoral denominado CEA (Antígeno Carcino Embrionário), completa.

Câncer colorretal por síndrome genética

O câncer colorretal é uma doença em que o pico de incidência se dá a partir dos 60 anos. Isso porque o seu desenvolvimento está relacionado com a exposição cumulativa ao longo da vida aos fatores de risco como dieta não equilibrada, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Porém, um em cada dez casos ocorre devido a uma mutação genética e pode ser registrado em pessoas mais jovens.

Estima-se que 3% a 5% dos casos de câncer colorretal são associados com a síndrome de Lynch. A alteração genética aumenta a predisposição para câncer colorretal e também o surgimento de tumores em outros órgãos como intestino delgado, ovários, endométrios, vias urinárias e mama. Outra doença hereditária que afeta o intestino é a síndrome adenomatosa familiar, quando os pacientes são acometidos por múltiplos pólipos que precisam ser removidos por colonoscopia.

Fique atento aos sintomas

Esse tipo de câncer atinge tanto homens quanto mulheres de forma muito semelhante. Em geral, é silencioso e os sintomas começam a aparecer apenas em estágios mais avançados. Jerusa Miqueloto alerta para as principais alterações que devem chamar a atenção do paciente como a presença de sangue nas evacuações, alteração do hábito intestinal que cause diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar com pouco volume fecal, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente de início recente, cólicas abdominais frequentes associadas a inchaço abdominal, anemia, fraqueza e emagrecimento.