Agronegócio

Oeste espera 608 mil toneladas de trigo

Os 195,6 mil hectares com trigo em 48 municípios dos Núcleos Regionais da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Toledo e de Cascavel começam a ser colhidos na próxima semana. Esta deve ser uma das maiores áreas dos últimos anos para o oeste e que, comparada à do ano passado, teve incremento de 73%.

Segundo o agrônomo do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab/Paraná Hugo Godinho as condições das lavouras na região são consideradas muito boas. As estimativas de produção e de produtividade para o oeste também empolgam. A produtividade média esperada é de 3,1 mil quilos por hectare o que renderá uma produção regional de 608 mil toneladas. “A colheita começa nos últimos dias deste mês, inclusive no oeste, onde estão algumas das lavouras mais adiantadas do Estado”, completa o agrônomo.

A colheita na região segue do fim deste mês e deverá terminar no início de outubro ainda com tempo hábil para o cultivo da soja na safra de verão 2018/2019.

Mais políticas para o trigo

A Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) lançou nesta semana uma proposta de política setorial para a commodity a ser apresentada aos candidatos à Presidência da República com eixos de ação que vão desde revisão de incentivos fiscais até ampliação da área plantada, passando por investimentos em logística.

A proposta para uma Política Nacional do Trigo visa impulsionar a oferta do cereal no Brasil, um importador líquido do grão. "Toda a cadeia vai se beneficiar de uma política nacional, o que não há no Brasil", disse o presidente da Abitrigo, embaixador Rubens Barbosa, a jornalistas.

Em 2018, a previsão é de produção de 5,14 milhões de toneladas, com compras no exterior de 6,3 milhões de toneladas, a maior parte vindo da Argentina, segundo os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Conforme a Abitrigo, são seis os eixos que norteiam a proposta: ambiente legal, produção, incentivos fiscais, ambiente de negócios, comércio internacional e logística e infraestrutura. "As propostas seguem uma linha moderna, sintonizada com as mudanças que os mercados nacional e internacional vêm sofrendo. Têm foco na inovação, no crescimento da competitividade das empresas brasileiras e na qualidade dos produtos entregues a um consumidor cada vez mais exigente", destacou a associação.

A Abitrigo defende, em sua proposta, desburocratização e revisão de normas e procedimentos dos órgãos reguladores, apoio à pesquisa, isonomia tributária em toda a cadeia produtiva, modernização de portos e da cabotagem, investimentos em armazenagem, dentre outros pontos.

A Abitrigo é integrada por 44 moinhos, representando mais de 85% da indústria moageira do Brasil.

O preço no mercado

A diferença entre os valores de compra e de venda do trigo tem aumentado no mercado doméstico. Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto compradores esperam que a nova temporada tenha maior oferta e preços abaixo do registrado no primeiro semestre, vendedores acreditam que o clima adverso, especialmente nos últimos dois meses, prejudique a qualidade e reduza a oferta de trigo.

De modo geral, no entanto, as quedas prevalecem.

Quanto aos derivados, a comercialização de farelo de trigo esteve menor na região Sul do País. A expectativa é que, diante das recentes reduções nos valores deste produto, o escoamento seja maior, uma vez que não há espaço adequado para o armazenamento. Por outro lado, em algumas praças do estado de São Paulo, as cotações subiram.