Opinião

O custo dos famigerados canudinhos

Por Carla Hachmann

Os canudinhos de plástico apareceram agora como os grandes vilões do meio ambiente. Tanto que em muitas cidades brasileiras eles estão sendo literalmente banidos. Pobres daqueles que acreditam que isso basta para salvar a natureza. Mais pobre ainda quem pensa que o tema só interessa aos “ecochatos” ou a quem mora no litoral.

Estudo publicado recentemente pelo Marine Pollution Bulletin aponta que a poluição plástica dos oceanos custa anualmente à sociedade cerca de US$ 2,5 trilhões (equivalente a R$ 9,5 trilhões). A pesquisa estima que 8 milhões de toneladas de resíduos são despejadas irregularmente nos mares de todo o mundo a cada ano.

A poluição dos mares afeta diferentes setores da economia, atingindo as indústrias de turismo, transporte e pesca, além de acelerar e intensificar os efeitos das mudanças climáticas e a trazer prejuízos para o bem-estar da população e para a saúde humana.

A discussão sobre os canudinhos mostra o quanto o Brasil está atrasado nesse sentido. Nos nossos vizinhos da América do Sul o consumo de plástico já foi reduzido drasticamente, e não apenas com o fim dos canudinhos. Em países como Peru e Chile há tempos não existe nem sinais de sacolinhas plásticas nos mercados e boa parte das embalagens de bebidas já é 100% reciclada.

Mas ainda há muito a ser feito. A começar pela própria educação. Geramos muito lixo e quase nunca o descartamos corretamente.

E para quem vive longe do litoral e acha que não é impactado por isso, basta pensar no lixo jogado nas ruas, nos lotes baldios e nos próprios aterros, cujo custo é bancado por todos os contribuintes.