Saúde

No Paraná, 39 municípios vacinaram “mortos” contra a covid-19

Confira as cidades onde foram denunciados casos de pessoas que teriam usado documentação de pessoas mortas para se vacinar

Vacina Oxford/AstraZeneca para imunizacao  em profissionais de saude do Hospital de Reabilitação do Paraná que tem leitos exclusivo de combate à Covid-19.  Curitiba, 27/01/2021. Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Vacina Oxford/AstraZeneca para imunizacao em profissionais de saude do Hospital de Reabilitação do Paraná que tem leitos exclusivo de combate à Covid-19. Curitiba, 27/01/2021. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Curitiba – Pelo menos 39 cidades do Paraná são alvos de denúncias de pessoas que se vacinaram com o CPF de mortos. Ou seja, furaram a fila. É o que aponta a CEI (Comissão Especial de Investigação) da Assembleia Legislativa que investiga fraudes na fila de imunização contra a covid-19 no Estado.

A lista tem 99 casos, mas alguns já foram descartados. “Esses casos dos mortos são emblemáticos pela fraude, mas há várias outras situações chegando a quase mil denúncias de pessoas que se vacinaram fora do Plano Nacional de Imunização”, revela o deputado Delegado Francischini (PSL), que preside a comissão.

Dentre os 39 municípios, cinco são do oeste do Estado (confira a relação).

Algumas cidades já foram alvo de diligências dos parlamentares, como Rio Branco do Sul, Apucarana, Umuarama, Lapa, Araucária e Paranaguá. Esta última, contudo, era uma das líderes de denúncias que foram esclarecidas pela prefeitura local, como “erros de digitação”. Ofícios estão sendo enviados para dezenas de municípios com pedido de informação.

“Temos tomado muito cuidado com as denúncias. Não estamos aqui para destruir o trabalho vital das prefeituras e equipes de saúde na vacinação, que é o único caminho para sairmos desta crise de saúde e econômica. Nosso objetivo é dar transparência à imunização. Todos querem ser vacinados. A hora vai chegar, o importante é esperar o calendário, porque há um critério científico para definir as prioridades na vacinação”, reforçou Francischini.

 

Apuração

Para chegar à lista enviada à CEI, o Ministério Público fez o cruzamento de dados entre o sistema nacional de imunização SI-PNI, SIM (Sistema de informação de Mortalidade), Sisobi (Sistema de Controle de Óbitos) e o Sirc (Sistema Nacional de Registro Civil). A partir disso, foram procuradas inconsistências, as quais foram informadas aos municípios para que apresentassem explicações.

Após as informações enviadas pelos municípios, foram retirados dez, os demais continuam em investigação com suspeitas de fraude na vacinação. A partir do relatório da CGU (Coordenadoria-Geral da União), a CEI requereu esclarecimentos às prefeituras e aguarda respostas.

 

Confira as cidades onde foram denunciados casos de pessoas que teriam usado documentação de pessoas mortas para se vacinar.

 

UM CASO

Jardim Olinda

Itapejara D’Oeste

União da Vitória

Piraí do Sul

Kaloré

Cruz Machado

São Pedro do Ivaí

São Jorge do Ivaí

Guarapuava

Santa Tereza do Oeste

Moreira Sales

Tomazina

Loanda

Ipiranga

Entre Rios

Campina Grande do Sul

Ubiratã

Toledo

Francisco Beltrão

Teixeira Soares

Araucária

Rosário do Ivaí

Bandeirantes

Quatro Barras

Lapa

Palmas

 

DOIS CASOS

Marechal Cândido Rondon

Santa Izabel do Oeste

Umuarama

Realeza

Foz do Iguaçu *Um dos “mortos” tomou as duas doses

Tamarana

Jandaia do Sul

Ibiporã

Maringá

 

TRÊS CASOS

Cambé

Cambará

 

SEIS CASOS

Paranaguá *Prefeitura encaminhou documentação esclarecendo que os casos foram erros de digitação

 

OITO CASOS

Arapongas

 

Municípios onde constam possíveis irregularidades e que não apresentaram respostas ao MP:

– Campina da Lagoa;

– Cambira;

– Cascavel;

– Contenda;

– Cornélio Procópio;

– Fazenda Rio Grande;

– Francisco Alves;

– Godoy Moreira;

– Irati;

– Londrina;

– Mandirituba;

– Pinhal de São Bento;

– Piraquara;

– Quatiguá;

– Santa Isabel do Ivaí.