Política

Justiça manda bloquear R$ 124 mi do ex-deputado Valdir Rossoni

O pedido foi feito pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) e aceito pela juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse

Foto: Divulgação
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Curitiba – A Justiça mandou bloquear R$ 124 milhões dos bens do ex-deputado estadual e federal Valdir Rossoni (PSDB) e de Edinê de Lourdes Ramon Vianna. O pedido foi feito pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) e aceito pela juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse. A decisão é liminar e cabe recurso. As informações são do G1.

Conforme o MP, Rossoni desviou dinheiro público, de forma contínua e sistemática, em proveito próprio e alheio, obtido em razão do cargo ocupado na Alep (Assembleia Legislativa do Estado do Paraná) de 1992 a 2010. Ele responde na ação por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

Edine, ainda conforme o MP, era servidora comissionada e teria ajudado o ex-deputado na prática do crime. “[Ela] Foi apontada em depoimentos colhidos na investigação como a operadora dos desvios de recursos públicos, possuindo influência na nomeação de comissionados, dentre eles vários familiares, além de ser a responsável pela contratação de pessoal e atuar como chefe de Gabinete do parlamentar”, disse a juíza sobre Edinê.

Sobre Rossoni, a juíza declarou que há indícios de que eram nomeados funcionários em seu gabinete e que não exerciam suas funções, mas que recebiam remuneração correspondente. “Embora o Ministério Público afirme pela inexistência de indícios de que os valores pagos aos funcionários comissionados tenham passado pelas contas correntes do requerido Valdir Rossoni, defende que tal questão não implicaria na afirmação de que este não foi beneficiado com o esquema, já que houve saques integrais em dinheiro dos valores depositados, acrescentando-se que não seria crível que o esquema a partir de seu Gabinete apenas beneficiasse a requerida Edinê”, disse a juíza.

Sem saber

O MP descreve na ação que, entre os nomeados, estavam pessoas que “não sabiam que haviam sido designadas para exercerem o respectivo cargo comissionado”, “familiares que não exerciam efetivamente o cargo” e “pessoas que não prestavam serviço ao Legislativo”.

No gabinete de Rossoni, Edinê seria a responsável por tais nomeações. Dentre os comissionados estavam o filho dela, o marido, o pai, um tio e uma tia e a ex-sogra. Atualmente, Edinê está lotada na presidência da Assembleia Legislativa, agora comandada por Ademar Traiano (PSDB), mesmo partido de Rossoni.