Agronegócio

Investimentos surpreendem na construção de armazéns

A cada safra um grupo de produtores da região de Mercedes, no oeste do Paraná, se via frente a frente com um gargalo logístico: a dificuldade de estocar a produção. Com a defasagem crônica de armazéns e com os silos operando sempre perto do limite, os agricultores resolveram se unir para, em conjunto, criar sua própria estrutura de armazenagem. Fundaram a Agro
Novo Rumo, um condomínio de armazéns e beneficiamento, que, a partir do financiamento do Programa para PCA (Construção e Ampliação de Armazéns), do governo federal, instalou um complexo de estocagem com capacidade para 250 mil sacas.

Às margens da BR-163, a estrutura do condomínio chama a atenção: são seis silos, três moegas, duas balanças e casa de máquinas automatizadas. Tudo em 3 mil metros quadrados de área construída, ao longo de uma propriedade de 72 mil metros quadrados de dimensão. O complexo foi inaugurado em julho deste ano, após a colheita do milho safrinha e, desde então, os produtores já sentem os benefícios do investimento.

“Nós chegamos a receber 15 mil sacas em um único dia e não foi preciso o produto parar na fila um instante sequer”, conta o síndico da Agro Novo Rumo, Jacson Lucian. “Nós unimos forças, reduzimos custos e pusemos aqui o que tinha de melhor, de mais moderno”, acrescenta.

Por meio do PCA, o Agro Novo Rumo teve acesso a um financiamento de R$ 14 milhões, com carência de três anos e prazo de 15 anos para pagamento, de acordo com as regras do programa. Hoje são 18 produtores associados ao condomínio, não só de Mercedes, mas de cidades vizinhas, como Nova Santa Rosa e Marechal Cândido Rondon. Cada condômino tem direito a estocar um volume de grãos proporcional ao número de cotas que adquiriu. Desta forma, criou-se um sistema inclusivo, em que pequenos produtores também puderam se associar e, por conseguinte, usar o complexo de estocagem.