Política

Incra dará espaço ao Mercado Municipal

O pátio serve como depósito de veículos apreendidos. Em um dos espaços ainda funciona o escritório do Incra.

Reportagem: Josimar Bagatoli

Uma área nobre da cidade, pertinho do Centro, no Bairro Neva, onde está a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), é requerida pelo Executivo municipal para a sonhada construção do Mercado Municipal de Cascavel. A estrutura seria erguida em uma parte da quadra inteira que pertence à União, onde chegou a ser cogitada em gestões anteriores a construção do Hospital Municipal e hoje está ocupada por casas de madeira que parecem em vias de desabar. O pátio serve como depósito de veículos apreendidos. Em um dos espaços ainda funciona o escritório do Incra.

Em Brasília, ontem (4), o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) e o vereador Rafael Brungnerotto (PSB) estiveram reunidos com o deputado federal Pedro Lupion (DEM) e o presidente do Incra, Geraldo Filho, para apresentar a proposta de construção. Além da obra requerida para ampliação do potencial turístico – com venda de alimentos, artesanato e restaurantes -, a prefeitura pretende transformar a estrutura atual do escritório do Incra no Museu do Agricultor, um espaço para exemplificar a vida no campo, desde a chegada dos colonizadores até os dias de hoje, com exposição de materiais e fotografias, uma ação que contempla a característica carimbada pela atual gestão, que batizou Cascavel como a “Capital da Produção”. O espaço também seria usado para abrigar todo o acervo documental do Incra – documentos antigos que contam a história de toda a região oeste do Paraná.

A proposta é que a União repasse o imóvel central na condição de que o Município adquira uma área para abrigar 11 famílias despejadas de uma propriedade de Jangadinha, ação que ocorreu por reintegração de posse após 23 anos de impasse na Justiça. A área que será comprada pelo poder público seria a mesma onde investimentos foram feitos pelas famílias e que seria decretada de interesse público para que desse espaço a uma vila rural. O custo da indenização da área seria de R$ 5 milhões. “É uma tentativa de resolver essa questão de justiça social das famílias e ainda criarmos o Mercado Municipal, que é de nosso interesse, bem como o Museu do Agricultor”, diz o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC).

Famílias à espera

Em maio houve a reintegração de posse da área onde as famílias haviam sido assentadas pelo Incra. Até 2010, as negociações entre a União e o antigo proprietário da área não avançaram e a área foi vendida a terceiros, que ingressaram na Justiça e, por isso, houve a retirada com apoio da polícia.

A Câmara de Vereadores iniciou o debate neste ano em defesa das famílias, acionou a Casa Civil do Estado e agora está buscando medidas para resolver o impasse. “Sensibilizamos muitas pessoas, pois são famílias que foram assentadas, produzem e estão trabalhando. Estamos lutando com todas as forças para resolver esse impasse. Levamos todas as alternativas possíveis”, diz Brugnerotto.