Política

Esplanada: reação, OAB incomoda e PEC da “bengala”

Reação

Bastou um indicativo de que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pode ser nomeado para ministro do Supremo Tribunal Federal, na futura vaga de Celso de Mello, em setembro, para advogados criminalistas reagirem. Um dos mais conhecidos, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, soltou mensagem por whatsapp para seus pares de todo o País conclamando ao debate. Sugere mandato sem recondução para PGR e proibição de nomeação por quatro anos após a saída do cargo para qualquer cargo. O PGR tem poder de arquivar ou enviar a denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro para o Congresso Nacional após conclusão de inquérito que tramita no Supremo sobre a denúncia de Sergio Moro por suposta tentativa de controle da Polícia Federal.

Olhos brilham

“O Aras é um homem sério, mas sujeito às condições humanas. O Supremo brilha na frente dele”, complementa Kakay na mensagem aos pares.

OAB incomoda

Dois projetos de lei na Câmara dos Deputados cercam a Ordem dos Advogados do Brasil. O 856/20, de Kim Kataguiri (DEM-SP), extingue a cobrança da anuidade; o 1.263/20, de Junior Mano (PL-CE), reduz o valor da anuidade em 10%. A Ordem já se manifestou contrária em ambos. A anuidade rende centenas de milhões de reais por ano.

E responde

A OAB argumenta nos dois projetos que “entendemos que cada Conselho Profissional, tendo em vista sua dotação orçamentária, é capaz de decidir dentro de seu poder discricionário se suspende ou não o pagamento de suas anuidades”.

***E os Serviço$?

Na última quinta (7), o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, receberam no Palácio 15 empresários da indústria para tratar sobre o colapso na economia. O deputado federal Laércio Oliveira reclama que faltou ao Governo convidar um representante do setor de serviços, que representa hoje 70% do PIB do Brasil.

***Calados

Ninguém fala mais nada da PEC da “bengala” – da aposentadoria compulsória aos

70 anos para ministros do STF – ou mandato de oito anos para os mesmos togados. Nem na PEC do falecido deputado Clodovil reduzindo o número de parlamentares. Reina em Brasília o corporativismo dos Poderes. E você aí, no aperto.

MERCADO

Devedores

Começaram a aparecer os índices negativos resultado da crise financeira que assombra o Brasil, aliada à da saúde, com o confinamento. Cresceu 2,91% em abril em relação ao mesmo mês de 2019 o número de inadimplentes, levantou o Serviço de Proteção ao Crédito, segundo relatório recebido pela Coluna.

Quase metade

O País tem, hoje, perto de 63 milhões de consumidores negativados na praça – quase 40% da população adulta. Aliás, a variação mensal de abril cresceu 1,68%, a maior da série histórica para o mês. O maior número de devedores tem entre 30 e 39 anos.

**Mercados faturam

Surgem os primeiros números do setor supermercadista no confinamento que começou em meados de março – lembrando que o setor é um dos poucos a ter autorização para ficar aberto. As vendas cresceram 4,61% em fevereiro, em relação a janeiro (quando o povo já tinha notícias de que ficaria em casa e correu para as lojas).

**Gôndolas cheias

Os dados de março e abril ainda não saíram, mas a Associação Brasileira de Supermercados vai divulgar. Em relação a fevereiro de 2019, houve aumento significativo de 15,88% nas vendas.

***Conexão em alta

A Equinix, multinacional de interconexão e datacenter, anunciou aumento do pico de tráfego global, que cresceu 44% em um ano e 20% no trimestre, muito por causa do home office. Serviços de streaming e videoconferência puxaram os índices.

Enquete

Enquete do Twitter da @colunaesplanada perguntou se o leitor era a favor do lockdown: 22% concordam que prazo é fim de maio; 19% aceitam até fim de junho; 23% indicam julho como prazo final; e a maioria, 36%, querem voltar a trabalhar de imediato.

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