Saúde

Em meio a pandemia, incidência de Aids em Cascavel ainda é alta

Em Cascavel, entre 2010 e 2020, foram diagnosticadas 1.405 pessoas vivendo com HIV/Aids, sendo 32,6% do sexo feminino e 67,4% do sexo masculino

Em meio a pandemia, incidência de Aids em Cascavel ainda é alta

Cascavel – O Dia Internacional de Luta contra a Aids será lembrado na próxima quarta-feira, 1º de dezembro. Porém, durante a pandemia, os órgãos de saúde voltados ao atendimento das pessoas infectadas não deixaram de realizar campanhas, palestras e repassar orientações sobre como prevenir a doença. O HIV, vírus da imunodeficiência humana, é transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas (sem camisinha) com pessoa soropositiva, pelo compartilhamento de objetos perfuro cortantes contaminados, (como agulhas, alicates, etc.) e até mesmo de mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.

Em Cascavel, entre 2010 e 2020, foram diagnosticadas 1.405 pessoas vivendo com HIV/Aids, sendo 32,6% do sexo feminino e 67,4% do sexo masculino. A faixa etária predominante no município segue a do Brasil, de 20 a 34 anos (50,25%) seguida de 35 a 49 anos. Já a faixa etária de 15 a 19 anos também tem apresentado aumento com decorrer do período.

A reportagem do O Paraná foi até o programa municipal de DST/Aids do Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto Parasitárias), para saber qual é a realidade de Cascavel em relação a Aids, situação que continua sendo preocupante.

 

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Josana Dranka, coordenadora do DST/Aids do Cedip, contou que atualmente mais de 3,8 mil pacientes estão cadastrados no serviço de atendimento em Cascavel. Este ano, mais 260 pessoas iniciaram o acompanhamento. “Cascavel tem uma alta incidência de casos de HIV/Aids comparado com outras regiões do Brasil. Isto gera uma grande preocupação, por isso, estamos sempre trabalhando e focando na prevenção. Não basta só fazer diagnóstico, precisa tratar”.

A coordenadora explicou que quando uma pessoa entra em contato com o vírus, pode demorar de cinco a dez anos para adoecer. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.

Dranka relatou que no início da pandemia da Covid-19 houve redução no número de procura espontânea pelo teste. Entretanto, logo a busca pelos exames normalizou. “Junto com a pandemia a gente entrou com a proposta do Estado, do autoteste, o qual a pessoa tem a opção de levar o exame para fazer em casa ou levar para o seu parceiro”, disse.

Em caso de dúvida ou qualquer sintoma, a orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima, ou o Cedip, que fica localizado na Rua Cuiabá, 2.340. O telefone para contato é o (45) 3392-6420 e o WhatsApp é o (45) 99147-6583.

 

Boletim Anual

Os dados do último boletim epidemiológico da Aids/HIV divulgado pelo Ministério da Saúde, apontam que cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, sendo que 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV via sexual, por terem atingido carga viral indetectável.

Especialistas comemoram o fato de o Brasil ter registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. Desde 2012, houve uma diminuição na taxa de detecção de Aids no país. O número passou de 21,9 casos por 100 mil habitantes, em 2012; para 17,8 casos por 100 mil habitantes em 2019, representando um decréscimo de 18,7%.

 

Josana Dranka: “Não basta só fazer diagnóstico, precisa tratar”

 

 

 

Redação – Paulo Eduardo