Política

Deputados recuam e propõem só R$ 4 mi à duplicação da 163

A previsão inicial de conclusão era 2018, mas foi adiada para o fim de 2020, o que também não irá acontecer.

Trechos estão prontos, mas não podem ser usados: Dnit alega falta de verbas para concluir obra - Foto: Arquivo/Aílton Santos
Trechos estão prontos, mas não podem ser usados: Dnit alega falta de verbas para concluir obra - Foto: Arquivo/Aílton Santos

Reportagem:Josimar Bagatoli

Cascavel – O recurso previsto para o ano que vem para a continuidade das obras de duplicação da BR-163 no oeste do Paraná está muito aquém do ideal. São R$ 153,3 milhões para dois trechos contemplados: entre Cascavel e Guaíra, R$ 40 milhões, e entre Cascavel e Marmelândia, R$ 60 milhões. Outros R$ 53,3 milhões estão previstos para complementação de trechos e o próprio Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) já antecipa que o que está previsto não será suficiente para concluir totalmente as obras. A previsão inicial de conclusão era 2018, mas foi adiada para o fim de 2020, o que também não irá acontecer.

O primeiro beneficia cidades de Cascavel, Toledo, Quatro Pontes e Marechal Cândido Rondon, executando obras do KM 201 ao KM 336. O valor executará parte do principal corredor de exportação do Mato Grosso do Sul para atingir os portos do Paraná e Santa Catarina.

Já o segundo contempla o trajeto que compreende Cascavel, Lindoeste, Santa Lúcia e Capitão Leônidas Marques e serão executados 14,3 quilômetros de pavimentação, além de uma obra de acesso ao Município de Boa Vista da Aparecida e duas passarelas no KM-141,96 e no KM-165,30 com o recurso previsto para 2019; com o orçamento de 2020 serão executados os 14,30 quilômetros finais da obra, além de outros acessos e passarelas necessárias.

Diante da reserva da União para as obras, a bancada paranaense no Congresso Nacional recuou e reservou apenas valores irrisórios para as obras na BR-163. São R$ 4 milhões divididos nos dois trechos. A decisão teria sido tomada devido à inclusão do recurso na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O deputado líder da bancada paranaense no Congresso Nacional, Toninho Wandscheer (Pros), cita o corte de 11% nas emendas feitas pelo governo em todos os estados, no entanto, avalia que a liberação de verbas para BR-163 é um passo para que ela não pare. “A obra já estava no orçamento. Sem dúvida, deveria ter terminado já. Mas estamos lutando e ela não ficará parada”.

Em Toledo, por exemplo, há muito para ser feito: quatro obras de arte (acessos) até Quatro Pontes e vias marginais de Quatro Pontes a Marechal e no trecho urbano de Toledo. Diante da decisão de reduzir a previsão nas emendas impositivas – que teriam o repasse já garantido -, os deputados prometem correr atrás da liberação da União, que quase sempre contingencia recursos. “Precisaremos, em março, unir a bancada paranaense para buscar mais recursos para executar as obras. O que foi liberado no orçamento não dá nem sequer para tocar a obra durante o ano todo. Vamos buscar mais recursos”, admitiu o deputado federal José Carlos Schiavinato (PP).

Dnit

O Dnit aponta que, para a duplicação da BR-163, foram celebrados dois contratos. O Contrato 836/2014, com o Consórcio Sanches-Tripoloni/Maia Melo, é responsável pelas obras entre os KM 117,1 e 191,1 (Toledo a Marechal Cândido Rondon); e o Contrato 837/2014, com o Consórcio Técnica Viária/Castilho/Urbaniza, é responsável pelas obras entre os KM 191,3 e 205,58, de Cascavel ao Distrito de Marmelândia, em Capitão Leônidas Marques.

Os dois contratos, juntos, possuem saldo de empenho dos investimentos realizados em 2019 no valor de R$ 2,7 milhões e previsão de suplementação, ainda este ano, de R$ 20 milhões.