Política

Coluna Contraponto do dia 18 de abril de 2018

Olympio justifica o “Fora Temer!”

Como o Blog Contaponto noticiou na segunda-feira (16), o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) abriu procedimento disciplinar contra o procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto, pedindo a aplicação da pena de “advertência” contra ele, por ter finalizado um discurso com o brado “Fora Temer” durante evento em que representava o Ministério Público Estadual. Olympio não nega suas palavras, mas, em defesa que está encaminhando ao CNMP, ele se justifica.

A nota

“[…] fiz meu pronunciamento de forma emocionada, experimentando uma espécie de ira santa, com o devido conteúdo jurídico mas impulsionado por sentimentos de justiça, solidariedade e compaixão (…) Assim, o ‘fora Temer’ no final de minha fala brotou da incontida indignação com a política desencadeada a galope pelo governo federal que, num contexto de reconhecida corrupção e de retrocesso na perspectiva dos direitos humanos, importa desmonte da administração pública, com reforço ao equivocado discurso neoliberal no sentido do Estado Mínimo (por isso mesmo sendo cotidianamente sucateado) e deixando para a ‘mão invisível do mercado’ a regulação inclusive das questões sociais, mesmo sabendo-se não ter ela olhos para enxergar ou coração para atender os milhões de brasileiros que ainda padecem de subcidadania, assim como de opressão, exploração e exclusão social”.

Lula isolado

Onze senadores estiveram com o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Saíram reclamando que ele está muito isolado, sem ter com quem conversar, mas que as instalações são bem razoáveis. Na saída, o senador João Capiberibe (PSB) disse que a diligência foi também uma visita política. “Não deixa de ser uma visita política porque se trata de um preso político.”

Mais diálogo

Capiberibe afirmou que Lula está bem, mas indignado com “as distorções que chegam para a população”. “É um homem interativo que passava os dias conversando e hoje está muito isolado. O advogado está sempre presente, mas precisa ter diálogo com mais pessoas”, reclamou o senador.

Cartas do cárcere

Por meio de seus advogados, Lula mandou uma carta aos simpatizantes. Foi lida para os acampados perto da Polícia Federal e postada no site do PT. Diz o seguinte: “Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido. Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado. Grande abraço e muito obrigado. Luiz Inácio Lula da Silva”

Beto quer ser Alckmin

Advogados do ex-governador Beto Richa já estudam medidas para que ele tenha o mesmo benefício que foi dado ao ex-governador Geraldo Alckmin, que se livrou de cair nas garras da Lava Jato e, a pedido do próprio MPF, passou a responder apenas por crime eleitoral. Isso é, apenas por caixa 2 e na Justiça Eleitoral. Beto quer tratamento isonômico.

Propina ou caixa 2

Um dos inquéritos em que Beto está citado diz respeito a uma suposta propina paga pela Odebrecht quando da concorrência para a concessão da PR-323, o que o levaria a cair para a Justiça Federal em Curitiba, gabinete do juiz Sergio Moro. Há algumas diferenças gritantes entre ser processado pela justiça comum e pela eleitoral. No primeiro caso, o acusado responde por três crimes: corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que, acumuladas, podem chegar a 30 anos. Além disso, o réu se torna inelegível. Já na Justiça Eleitoral, responde apenas por caixa 2, com pena máxima de reclusão por cinco anos.