Política

Coluna Contraponto do dia 10 de outubro de 2018

Comércio de veículos continua parado

Um mandado de segurança impetrado no Tribunal de Contas do Estado pelo Sincodiv (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Paraná), com pedido de liminar, tenta furar o cerco que separa o Detran dos grandes bancos e que há dez dias paralisou completamente o comércio de veículos financiados no Estado. Cerca de 20 mil unidades, entre automóveis, caminhões, utilitários e motocicletas, foram vendidos nesse período, mas não foram entregues aos compradores porque os grandes bancos se recusam a liberar os recursos do financiamento para as revendas porque não confiam no sistema de registro da alienação financeira gerido pela Infosolo, a empresa credenciada pelo Detran/PR para prestar esse serviço. As estimativa é de que já soma a R$ 800 milhões o montante que deixou de circular nesses dez dias, em prejuízo para distribuidoras autorizadas, pequenas revendas e autônomos que atuam no comércio de veículos – sem contar o fato de os compradores já terem desembolsado valores altos em entradas à vista, pagamento de seguro e outras taxas, mas sem poder tirar os carros das lojas.

Oriovisto aplaudido

Em seu primeiro compromisso depois de eleito senador, a entrega do troféu “Guerreiro do Paraná” ao professor René Dotti pelo Movimento Pró-Paraná, o senador eleito Oriovisto Guimarães foi aplaudido várias vezes. Sentiu o gosto da fama. O presidente do MPP, Marcos Domakoski, lembrou que foi na Associação Comercial que o professor Oriovisto iniciou a campanha vitoriosa para o Senado há apenas três meses.

Disse mesmo

Surpreendente foi o discurso de René Dotti, que classificou de “maldita” a ideologia do politicamente correto: “Hoje, até cantar o Hino do Paraná e hastear nossa bandeira pode ser considerado politicamente incorreto”. O professor René recebeu o troféu “Guerreiro do Paraná” na comemoração dos 165 anos da Emancipação da Província.

Exonerado I

“Ordens superiores” determinaram que R$ 1 bilhão que a Paraná Previdência mantém aplicados em títulos de renda fixa deixassem de ser administrados diretamente pela própria entidade e fossem transferidos para uma corretora privada que, em tese, garantiria maior remuneração ao capital. A proposta foi oficializada pelo diretor-financeiro uns 40 dias antes da eleição, mas o diretor-jurídico deu parecer contrário.

Exonerado II

Resultado: o diretor-jurídico acaba de ser exonerado, como consta do decreto assinado pela governadora Cida Borghetti. Pode ser coincidência, mas a exoneração aconteceu dois dias após a proclamação do resultado do pleito, que, ao perder já no primeiro turno para o candidato Ratinho Jr., sepultou a chance de reeleição de Cida.

Exonerado III

O exonerado foi o advogado Mauro Borges, um dos servidores que, na década de 1990, ajudou na criação e implantação da Paraná Previdência – novo sistema que passou a gerir aposentadorias e pensões do funcionalismo público estadual.

Rendimento

A Paraná Previdência tem atualmente um patrimônio financeiro da ordem de R$ 7 bilhões, em quase sua totalidade aplicado em títulos públicos e privados de renda fixa. Mas é sobre 15% da carteira de renda fixa, equivalente a cerca de R$ 1 bilhão, que alguns olhos se arregalaram. Essa parcela bem poderia ser administrada por uma corretora privada que faria aplicações, digamos, mais rentáveis. Claro que cobrando as devidas comissões usuais do mercado – coisa que atualmente a Paraná Previdência não paga.