Política

Beto Richa pede que ação da Lava Jato vá para a Justiça Eleitoral

A defesa do tucano pede que a ação seja encaminhada à Justiça Eleitoral

Curitiba – Os advogados do ex-governador Beto Richa (PSDB) entraram com defesa prévia pedindo que a Justiça Federal do Paraná seja declarada incompetente para julgar a ação penal que ele responde na 23ª Vara Federal, na operação Integração, que investiga um esquema de propina de concessionárias de pedágio. No recurso, a defesa do tucano pede que a ação seja encaminhada à Justiça Eleitoral, já que a denúncia do Ministério Público Federal apontaria suposto crime de lavagem de dinheiro oriundo de doações eleitorais recebidas através de caixa dois de campanha.

“O colaborador Nelson Leal Junior declara ‘que a relação estreita da empresa com a cúpula do governo ocorria graças às generosas doações de campanha que ela fazia ao sr. Carlos Alberto Richa; Que essas doações eram realizadas muitas vezes por caixa dois (…) Que, apesar das conversas em tais reuniões não serem diretas, sempre ficou claro para o colaborador que a pressão exercida pelo governo para que o aditivo fosse celebrado o quanto antes existia porque a empresa Econorte e Triunfo eram grande financiadoras das campanhas de Carlos Alberto Richa, sobretudo por intermédio de doações via caixa dois’”, cita a defesa, referindo-se ao ex-diretor do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) Nelson Leal Júnior, que fez acordo de delação premiada com o MPF.

Os advogados do tucano pediram ainda que a denúncia seja rejeitada, alegando que traz argumentos genéricos e não apontam provas de que Richa tenha participado dos supostos crimes indicados.

A defesa do ex-governador relacionou oito testemunhas no processo, entre elas o primo de Richa, Luiz Abi Antoun, que está no Líbano desde 22 setembro de 2018; o ex-delegado da Receita Estadual José Luiz Favoreto Pereira, condenado na Operação Publicano, e o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSB).

O MPF também denunciou a esposa de Richa e ex-secretária de Estado da Família, Fernanda Richa, o filho, André Vieira Richa, e o contador da família Dirceu Pupo Ferreira. Segundo a investigação, a família do ex-governador teria ocultado R$ 930 mil pagos em espécie na compra de um terreno em condomínio de luxo, no Bairro de Santa Felicidade, em Curitiba, no fim de 2012.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o dinheiro seria resultado do esquema de cobrança de propina das concessionárias do pedágio em troca de superfaturamento e cancelamento de obras e aumento de tarifas.