Opinião

A oportunidade Rota 2030

Opinião de Rogério Jorge Amorim

A nova legislação para o desenvolvimento da tecnologia do setor automotivo do Brasil, o Programa Rota 2030, acaba de ser lançada. Ao substituir o Inovar-Auto, o novo programa corrige alguns pontos do antigo, condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio), principalmente por incentivos desiguais a produtos nacionais frente aos importados.

Neste momento atual do Brasil, em meio à crise econômica, à incerteza política e a cortes de recursos federais do MEC para as universidades e para a pesquisa, o Rota 2030 é uma oportunidade ímpar e de proporções sem iguais na história do País para que empresas ligadas ao setor automotivo comecem a se planejar e a participar do desenvolvimento local de tecnologias junto aos ICTs (Instituições de Ciência e Tecnologia) e à academia em geral.

Seus enfoques principais nas áreas de eficiência energética, desempenho estrutural e novas tecnologias assistivas da mobilidade visam atacar problemas recorrentes de nossa indústria e que, no patamar atual da globalização, nos enfraquecem no mercado mundial. Entre eles se destacam a nossa competitividade reduzida em termos de custo produtivo, a defasagem tecnológica do produto final e de autopeças produzidas no País, o risco de que as P&Ds que poderiam ser desenvolvidas no País sejam exportadas e perda de investimentos.

Também o desenvolvimento da tecnologia capaz de fazer com que o produto brasileiro aumente sua competitividade frente aos demais reduziria a capacidade ociosa de nosso parque industrial. Ainda, evitaríamos a perda do conhecimento e da liderança do Brasil no desenvolvimento de soluções para o aumento da produção e uso de biocombustíveis.

Com a implantação do programa, estima-se que nos próximos cinco anos o Brasil investirá aproximadamente R$ 1 bilhão nos programas de P&D, o que não somente ajudará no desenvolvimento de produtos, mas impulsionará o País na direção de novos, modernos e mais equipados centros de pesquisas no meio acadêmico e nos ICTs, gerando novas tecnologias e patentes nacionais e internacionais.

Sendo, então, uma iniciativa bastante conectada aos conceitos de sustentabilidade, o Rota 2030 impulsionará a indústria brasileira, que está intimamente ligada à tecnologia de materiais.

Nossa missão é apresentar soluções inovadoras para a obtenção de materiais mais leves para a redução do consumo de combustível; materiais de alta resistência mecânica e para a redução de peso e aumento da segurança ativa e passiva do veículo, além de melhorar a trabalhabilidade e a conformabilidade para redução do tempo de gasto energético na produção, e contribuir para a maior qualidade final do produto e para a redução de perdas.

Rogério Jorge Amorim, Ph.D Depto de Engenharia Mecânica da PUC Minas, é chairperson do 10º Simpósio SAE BRASIL de Materiais da Seção Regional Minas Gerais

 

O Rota 2030 é uma oportunidade ímpar e de proporções sem iguais na história do País para que empresas ligadas ao setor automotivo comecem a se planejar

O Rota 2030 impulsionará a indústria brasileira, que está intimamente ligada à tecnologia de materiais