Opinião

A escalada da dengue

Por Carla Hachmann

De cada dez municípios paranaenses, quatro têm casos de dengue, contribuindo para a maior epidemia da doença no Estado. Neste fim de ano, o Paraná registrou 100 novos casos por dia, passando de 5 mil pessoas doentes, mais de 4.000% do total do ano anterior. A situação é alarmante e cada vez fica pior.

Até agora, duas pessoas morreram em decorrência da dengue, mas o quadro pode ficar muito pior. Isso porque há novos tipos do vírus circulando, o que aumenta as chances de contágio de quem já contraiu a dengue uma (ou mais) vez.

Por enquanto, a receita para tentar conter o avanço desenfreado desse problema é o mais simples possível: manter os quintais limpos sem recipientes que possam acumular água parada. Receita simples, que ainda está sendo difícil de ser alcançada.

Esse tipo de epidemia costuma ser cíclico. Um ano tranquilo, outro de tormenta. E a explicação é lógica. Quando os casos se multiplicam, aumentam as campanhas, as fiscalizações, os alertas, enfim, todos se voltam para o problema.

A mobilização costuma dar resultado e o ano seguinte é de calmaria. Pior, todos relaxam. Assim, o pavor volta no ano seguinte. Basta ver as estatísticas.

A culpa é da população? É, sim! Mas é também dos governantes, que “dão folga” em anos que está tudo bem e arrancam os cabelos no ano seguinte. Quando o assunto é saúde pública, mesmo que se trate de um “simples” mosquitinho, não dá para descansar.