
? Meu ídolo? Rafaela ? diz Anna Belém, de 14 anos, uma das promessas do Reação.
Bicampeã pan-americana, a menina é um dos talentos que vêm sendo lapidados pelo projeto, criado em 2003 pelo judoca Flávio Canto. Só na unidade Cidade de Deus, que hoje funciona no campus Freguesia da Universidade Estácio, são 300 alunos, com idade a partir dos 4 anos. Outros 900 frequentam, gratuitamente, os demais polos da ONG (Rocinha, Deodoro, Tubiacanga e Pequena Cruzada). Todos têm a chance de seguir o caminho do esporte de alto rendimento, mas também de alcançar transformações sociais por meio do judô.
? O objetivo é formar faixas pretas dentro e fora do tatame. Muitos não serão medalhistas ou farão do judô uma meta na vida. Mesmo assim, terão autoestima e garra para buscar seus sonhos ? afirma Leriane Figueiredo, gerente executiva do projeto.
Se o caminho for o profissional, diz ela, o instituto ? que funciona com o apoio da iniciativa privada ? também dará o suporte que, no Brasil, costuma ser raro. Atualmente, no Reação, são aproximadamente 200 atletas nessa trilha. Quatro deles, olímpicos: no Time Brasil, além de Rafaela, há o judoca Victor Penalber, eliminado ontem; e no primeiro Time de Refugiados dos Jogos, os congoleses Popole Misenga e Yolande Mabika, que lutam hoje. E Geraldo Bernardes garante: a geração Tóquio 2020 já está sendo preparada.