SUBIU!

Preço do gás de cozinha sofre alta de quase 50% nos últimos 5 anos

Desde 2019, o valor do gás GLP tem sido altamente afetado por questões relacionadas à distribuição, alta do dólar e revenda
Desde 2019, o valor do gás GLP tem sido altamente afetado por questões relacionadas à distribuição, alta do dólar e revenda

O preço do gás de cozinha no Brasil vem sofrendo uma alta crescente nos últimos cinco anos. De maio de 2019 a maio de 2024, um botijão de 13 kg saltou de R$ 69,29 para R$ 101,61 – um aumento médio de R$ 32,32, quase 50% do valor registrado em 2019. A alta do dólar e os impostos relacionados à distribuição são alguns dos fatores determinantes desse processo.

Dos R$ 32,32 de aumento nos últimos cinco anos, apenas R$ 6,54 representam o reajuste da Petrobras – principal fornecedora de gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) no país. Da parte de tributação, R$ 8,38 vieram de impostos estaduais (incluindo ICMS) e R$ 2,18 dos federais; já os R$ 19,38 restantes partiram das próprias distribuidoras e revendas.

Nesse período, é válido reforçar que o imposto estadual aumentou, enquanto o federal diminuiu. Os dados apurados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) apontam que o preço do gás de cozinha para o consumidor final está aumentando mais do que os valores de produção nas refinarias.

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) aponta que grande parte desse aumento se deve à privatização das distribuidoras nos últimos anos – mais especificamente da BR Distribuidora (que se tornou Vibra) e da Liquigás. A taxa do câmbio é outro fator determinante, devido ao sistema PPI (Preço de Paridade de Importação), adotado em 2016; dessa forma, todos os preços do mercado interno são reajustados de acordo com o valor do dólar e da precificação internacional do petróleo.

Desafios no transporte

O manuseio de gás GLP é feito de maneira muito segura no Brasil, principalmente no que diz respeito ao transporte. A lei proíbe que botijões sejam carregados em veículos particulares, devido aos perigos envolvidos no processo e ainda estabelecem outras medidas de segurança. Por isso, algumas distribuidoras tiveram aumento, como uma forma de suprir os custos relacionados aos serviços.

Alguns revendedores até chegam a oferecer descontos em botijões que são coletados diretamente pelo consumidor, mas a prática é ilegal e deve ser evitada. Diante dessas circunstâncias, as distribuidoras são as únicas autorizadas a transportar gás de cozinha em seus veículos, levando ao encarecimento do produto em razões de “custos de frete”.

A lei ainda exige o cumprimento de diversos requisitos: os botijões só podem ser transportados em caminhões, picapes e motos com sidecar. Já o motorista precisa carregar diversos documentos que comprovem sua autorização de transportar a mercadoria, além de ser devidamente treinado em primeiros socorros para possíveis emergências.

Crédito: Divulgação/iStock/M-Production