Economia

Ministro de Minas e Energia e presidente da Petrobras não se entendem sobre “preços”

Posto de combustível
Posto de combustível

Brasília – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse sexta-feira (4) que os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras estão “no limite” e que, se houver oscilação para cima da cotação do petróleo, repasses terão que ser feitos, ou seja, o consumidor vai pagar a conta. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse ainda terça-feira (1º) que os rumores de novo aumento do preço dos combustíveis não teriam fundamento. Nos bastidores, a informação foi de que Prates teria recuado no reajuste após reunião com o presidente Lula.

Na sexta-feira, após a repercussão das declarações de Siliveira, Prates rebateu a informação de que na reunião com o presidente Lula, no último dia 31, teriam sido discutidas estratégias sobre o preço dos combustíveis.

A grande imprensa classificou as declarações como mais um episódio do estresse entre o ministro e o presidente da Petrobras. Alexandre Silveira disse aos jornalistas que a diretoria da Petrobras informou ao governo que faria reajustes “se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados)”, informação que foi totalmetne rechaçada por Prates.

“Em nenhum momento o presidente Lula se dirigiu ao presidente da Petrobras (Jean Paul Prates) para falar sobre segurar preços. O que eles falaram é que estava no limite do preço marginal e, se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados), faria o aumento aqui”, afirmou Silveira em entrevista à GloboNews.

Entretanto, Jean Paul Prates, afirmou que a reunião do início da semana tratou sobre PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em assuntos relacionados a Petrobras. “Todos sabem perfeitamente que em momento nenhum foi tratado de preços, em momento nenhum foi falada essa palavra na reunião (com Lula)”, disse Prates, afirmando que o tema foi tratado em outro fórum, mas em reunião fechada do Conselho de Administração, e reclamou: “Esse tipo de informação já não deveria ser objeto de discussão externa à empresa”.

Prates disse que a diretoria da Petrobras está “atentíssima” à questão dos preços e “não está sendo leniente em momento algum”. “Esse assunto não é trivial. O intervalo em que estamos operando é seguro para cada um dos produtos”, afirmou.

 

 

Petrobras registra lucro menor

 

Após alteração da política de repasses no dia 28 de julho, a Petrobras anunciou nesta sexta que irá efetuar o pagamento de R$ 14,9 bilhões em dividendos como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2023. O valor é equivalente a R$ 1,149304 por ação ordinária e preferencial, que será pago em duas parcelas, conforme afirmou a companhia em nota enviada ao mercado. A primeira parcela, no valor de R$ 0,574652 por papel, será paga em 21 de novembro de 2023. Enquanto a segunda parcela, no valor de R$ 0,574652 por ação, vai ser depositada em 15 de dezembro de 2023.

O anúncio foi declarado com base no balanço do segundo trimestre deste ano, entre abril e junho. O lucro líquido da Petrobras recuou 47% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 28,8 bilhões, em meio a uma queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Em nota, a estatal destacou que “o resultado é explicado principalmente pela desvalorização do preço do petróleo, pela queda de mais de 40% na diferença entre o preço do petróleo e os preços internacionais do diesel (crackspreads), e maiores despesas operacionais”.

 

Foto: ABR