São Paulo – Após três perdas seguidas, a Bolsa brasileira (B3) conseguiu se manter em alta até o fim dos negócios dessa terça-feira (20), fechando com ganho de 0,81%, aos 125.401,36 pontos, apoiada no bom desempenho do mercado de Nova York e também dos contratos de petróleo, que também subiram. No câmbio, o dólar recuou 0,37%, cotado a R$ 5,2311.
O movimento ontem foi de recomposição de parte das perdas da véspera, embora o cenário ainda seja de cautela diante dos riscos de desaceleração da economia global, a partir da disseminação da variante Delta do coronavírus, cuja transmissibilidade é superior às demais.
Na B3, desde a manhã, a reiteração pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretende vetar o fundo eleitoral, elevado para R$ 5,7 bilhões na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), manteve o foco do mercado no cenário política, que tem mostrado nas últimas semanas obstáculos ao avanço da agenda reformista. Ele também voltou a atacar o presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e disse que vai apresentar provas de que teria havido fraude no segundo turno das eleições de 2014, em que a ex-presidente petista Dilma Rousseff derrotou o candidato tucano Aécio Neves.
Câmbio
Depois de uma manhã de forte volatilidade, em meio ao fortalecimento da moeda americana lá fora e a certo ruído político por conta de declarações de Bolsonaro, o dólar perdeu força à tarde e fechou em queda, embora distante das mínimas. A avaliação é a de que a volta do apetite ao risco, com avanço das Bolsas americanas e das commodities, abriu espaço para realização de lucros e correção técnica no mercado de câmbio local. Operadores lembram que ontem, o dólar havia subido 2,64%, levando o real a amargar o pior desempenho entre divisas emergentes.
Nas primeiras horas de negócios, o dólar chegou a R$ 5,2939, o que gerou expectativa de possível intervenção do Banco Central, mas logo o movimento comprador cedeu com a melhora do ambiente externo. Na mínima, a moeda era cotada a R$ 5,2026.
Com o desempenho de ontem, o dólar reduziu a alta nos dois primeiros pregões da semana a 2,26%. No acumulado de julho, o dólar ainda apresenta valorização de 5,19%.