Pela primeira vez após quatro meses de demissões, o Brasil teve resultado positivo na geração de vagas formais de trabalho em 2020. O País abriu 131 mil empregos com carteira assinada em julho, segundo dados do Caged.
O resultado é a diferença entre as contratações (1.043.650) e as demissões (912.640) e encerra uma sequência negativa observada no ápice das medidas de isolamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus. De março a junho, foram perdidos 1,53 milhão de postos de trabalho, sendo a maior parte em abril (-927.598) e maio (-355.933).
Em junho começou o movimento de desaceleração, mas ainda assim houve o fechamento de 19.579 vagas. Em janeiro e fevereiro, antes da pandemia de covid-19, os resultados eram positivos: 116 mil e 226 mil vagas, respectivamente.
No acumulado do ano (janeiro a julho), o saldo ainda é bastante negativo: 1,092 milhão de postos formais de trabalho encerrados. Foram 7.821.801 contratações no período e 8.914.379 demissões.
O governo considera que o resultado do acumulado do ano poderia ter sido ainda pior caso não tivesse sido editada a Medida Provisória 936/2020 (convertida na Lei 14.020, de 6 de julho de 2020), que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e a redução proporcional de salário e jornada na iniciativa privada.
Segundo o Ministério da Economia, já foram celebrados 16 milhões de acordos, atingindo 9,6 milhões trabalhadores, que tiveram seus empregos preservados no período, apesar da redução de renda.
Indústria abre 53.590 vagas; agropecuária, 23.027
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A abertura líquida de 131.010 vagas de trabalho com carteira assinada em julho foi impulsionada por resultados positivos em quase todos os setores da economia, menos nos serviços.
De acordo com os dados do Caged, houve um saldo positivo de 53.590 contratações na indústria geral em julho. Na construção civil, foram recuperadas 41.986 vagas no mês passado.
Já o comércio registrou abertura de 28.383 vagas, enquanto a agropecuária teve saldo positivo de 23.027 postos de trabalho formal.
Mais uma vez, o setor de serviços teve o pior desempenho do Caged, com a eliminação de 15.948 vagas em julho.
No mês passado, 25 estados registraram resultado positivo e apenas dois tiveram saldo negativo. Todas as cinco regiões do País tiveram abertura líquida de vagas.
O melhor resultado foi registrado em São Paulo com a abertura de 22.967 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Sergipe que registrou o fechamento de 804 vagas em julho.
