Cotidiano

Vendas reagem: Comércio vê fim de ano mais promissor

Comércio mais animado começa apostar alto para o fim de ano

Vendas reagem: Comércio vê fim de ano mais promissor

Reportagem: Juliet Manfrin 

Toledo – Enquanto as associações comerciais por toda a região estão com o pé no freio para colocar suas campanhas de Natal na rua – nenhuma das principais do oeste já anunciou como serão suas promoções – muitos lojistas resolveram antecipar o clima de festejo, com produtos já à mostra na decoração e, claro, à venda.

Esse é o caso de uma loja que aluga e comercializa artigos e iluminação especial para o Natal. Localizada no Centro de Cascavel, a árvore gigante iluminada chama a atenção de quem passa pela rua. “Minha nossa, já está chegando o Natal, hein?”, comentavam duas mulheres ao apreciar a vitrine já decorada com artigos natalinos. Dentro da loja, Papai Noel gigante, presépios quase no tamanho humano e a garantia é que a procura já é grande.

A empresa não está sozinha. Nos atacados que fornecem itens alusivos para lojistas, o espaço nas prateleiras vem sendo disputado com os brinquedos para o Dia das Crianças, que será celebrado no próximo dia 12. “A maior parte desses itens de Natal vem da China, então, conforme os pedidos vão chegando, os lojistas colocam à mostra para antecipar o clima de Natal, ver se estimulam as vendas e para comercializar antecipadamente porque o que ficar não se vende depois da data e fica ocupando um espaço gigantesco no estoque”, explica o presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do comércio Varejista de Cascavel e Região Oeste do Paraná), Leopoldo Furlan.

A decoração colorida e luminosa compartilha espaço com lojistas um pouco mais satisfeitos com o movimento e as vendas dos últimos dias. Segundo Furlan, ainda não se sabe se é reflexo da injeção de recursos do FGTS, que começou a ser liberado na sexta-feira passada (13), mas as mudanças começam a ser sentidas. “As ruas já estão mais movimentadas e na região central não há lugar para estacionar. Vemos mais gente com sacolas nas mãos também. Eram três anos muito ruins, então qualquer aumento nas vendas já é um bom sinal”, reforçou.

Mas o conselho de Leopoldo é enfático: “Para quem tem dívidas, o ideal é pagar e ter o ‘nome limpo’ já pensando nas compras de fim de ano, o melhor período para o varejo. “Por si só, o segundo semestre costuma ser mais movimentado que o primeiro. Teremos datas importantes para o comércio até dezembro e, da forma que está caminhando, nos anima um pouco mais”.

Furlan se refere, neste momento, ao Dia das Crianças, que deve registrar aumento de 5% a 10% nas vendas por toda a região. “A data acaba sendo o grande medidor para o Natal e esperamos de fato um Dia das Crianças melhor que o dos últimos anos”, explicou.

Estoque e ticket médio maiores

A lojista Carmen Lúcia ampliou o estoque com brinquedos e aposta em presentes um pouco mais caros no 12 de outubro. “Nos últimos dois anos fomos mais com o pé no chão, neste ano está um pouco mais animador, então o estoque ficou maior. Apostamos na venda do Dia das Crianças, mas o que não sair fica para o Natal”, considera, ao avaliar que o ticket médio pode chegar a R$ 70, valor R$ 20 a mais que em 2018.

Passando essa data, será a vez de o comércio se voltar para a Black Friday, sempre na última sexta-feira de novembro, neste ano no dia 29. “Essa data já supera as vendas do Dia das Mães. O brasileiro incorporou bem a data, que geralmente é estendida por uma semana ou mais pelo comércio no Brasil”, lembra Leopoldo Furlan.

Dias melhores

A previsão tímida de vendas traçada analisando o cenário ainda no primeiro semestre já focando no Natal e o Ano-Novo pode ser refeita, com aumento certeiro nas vendas e possíveis contratações temporárias a partir do mês que vem. “Esperamos por dias melhores nas vendas, de todo modo, neste momento o que se nota é um soluço de melhora, e que ela venha mesmo e com gastos conscientes”, afirma Leopoldo Furlan.

Ainda sobre o Natal, apesar de eles não deixarem as gôndolas dos supermercados o ano todo, os panetones e os chocotones com embalagens alusivas à festividade já ganham ilhas especiais em praticamente todos os supermercados da região. “É um produto que vende e que já cria um clima de fim de ano nas pessoas e, mesmo que não os comprem agora, o produto está ali, à disposição”, conta o gerente de uma grande rede de supermercados Dario Zimerman.

Mas é bom estar atento: os produtos natalinos devem ser um pouco mais caros na ceia deste ano, em média, segundo o gerente, de 5% a 8%. Isso vale para as carnes, os chocolates e as bebidas. “Aos poucos vamos recebendo os pedidos, as aves chegam só lá por novembro, mas estamos animados”, destacou.

A rede optou por comprar mais neste ano, apostando em um aumento certeiro nas vendas na ordem de 8%. “A ceia ou o almoço de Natal nunca deixam de ser feitos. As pessoas acabam comprando”.

Arte para decorar e peças exclusivas

Silvana Rockenbach e um grupo de mulheres artesãs de Toledo estão com as atividades a todo vapor, também pensando no Natal. A produção está focada para itens como Papai Noel, Mamãe Noel, anjinhos, toalhas, guirlandas de todos os estilos e para todos os gostos e preços. Detalhe: peças exclusivas e artesanais.

As máquinas de costura não param e a confecção está sendo voltada para as redes sociais com encomendas já garantidas de clientes cativos e os que estão chegando. Também estão pensando nas duas feiras de Natal, uma que será nos últimos dias de outubro em Cascavel e outra nos primeiros dias de novembro em Toledo. “Este é um período em que vendemos muito, cada ano mais. Então estamos intensificando a produção para atender todos os clientes e fazer bonito nas feiras”, destacou Silvana.

E se você acha que uma feira em outubro é cedo demais, Silvana dá a dica: “Não adianta vender perto da data, as pessoas não compram mais. Então, o bacana é dar a oportunidade de elas adquirirem antes e irem decorando suas casas”.