O Hospital Uopeccan Umuarama trabalha mensalmente com um déficit de cerca de R$ 1 milhão. A informação foi repassada à reportagem do Jornal Tribuna Hoje News pelo diretor geral da unidade, Wanderley Rosa.
O diretor explica que o governo federal faz os repasses para a manutenção do hospital ao Fundo Estadual de Saúde que por sua vez reenvia à Uopeccan os valores para o pagamento das despesas.
“O SUS repassa em média por consulta, o valor de R$ 10. O complemento é arcado pelo hospital, que gira em torno de R$ 30 ou R$ 40, dependendo da especialidade médica”, explica Wanderley.
Como exemplo ele cita um valor de faturamento de cerca de R$ 3.5 milhões por mês e que o Sistema Único de Saúde (SUS) reembolsa R$ 2.5, pagando o serviço prestado dentro de sua tabela. “Uma cirurgia de apendicite, por exemplo, custa em média R$ 850. O SUS paga entre R$ 250. O que é repassado, está tabelado. Os demais procedimentos executados pelo hospital são pagos com a ajuda da comunidade, através de eventos, doações e parcerias”, completa.
O diretor do hospital também citou que recursos adquiridos através de emendas por deputados estaduais e federais são usados normalmente para a aquisição de equipamentos. “Por isso é que a Uopeccan é tão bem equipada, contamos com o apoio dos deputados para tanto”, ressalta.
Wanderley aponta que o grande problema o Hospital Uopeccan se chama ‘custeio’. “Precisamos de dinheiro, de recursos financeiros para o pagamento de contas de agua, luz, telefone, funcionários, material de expediente, insumos de um modo geral”.
Estrutura
Conforme a assessoria de imprensa, desde a inauguração, em março de 2016, o hospital teve como função de ser referência no tratamento oncológico e também atender aos pacientes pela unidade regional em algumas especialidades.
Em setembro de 2017, entrou no rodizio de plantões dos hospital de Umuarama, apesar de não ter sido criado e nem estruturado com tal intuito. “O Pronto Atendimento da Uopeccan é pequeno, com espaço para atendimento apenas dos pacientes com câncer e não estava adequado para atendimento geral”.
Em janeiro de 2020, com a inauguração do Pronto Atendimento 24 horas do Município, acabou o rodízio de plantões, ocasião em que o Hospital do Câncer passou a caminhar para voltar a ser o que era desde sua inauguração, prestando atendimento 24 horas aos pacientes oncológicos e referenciados pelo Samu em ortopedia.
Atendimento regional
O Hospital Regional continuará atendendo aos pacientes vindos dos 21 municípios que fazem parte da 12ª Regional de Saúde do Estado (com sede em Umuarama), inclusive há novas especialidades que estão fazendo parte da gama de atendimentos oferecidos pela unidade de Umuarama. De acordo com a assessoria, a cirurgia bariátrica é uma delas. Outra novidade é a litotripcia extracorpórea, que tem a finalidade de fragmentar os cálculos em pedaços menores com um aparelho que emite uma onda de choque sem a necessidade de cirurgias.
O Hospital Regional também já está passando pela fase de credenciamento de outras especializadas para atendimento à comunidade, como a de ortopedia de alta complexidade (próteses).
Pronon atrasou
Os recursos do Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) do Ministério da Saúde, que eram aguardados pelas duas Unidades do Hospital do Câncer Uopeccan, de Cascavel e Umuarama, estavam sem data para serem repassados ao final do ano passado. A solidariedade da comunidade é que ajudava a instituição a continuar funcionando. “Nós só conseguimos equilibrar as contas do hospital com todo o apoio e o suporte que a comunidade nos dá, participando dos eventos e fazendo as doações. Se não fosse esse auxílio, certamente passaríamos por dificuldades financeiras para o custeio das unidades”, relatou o administrador do hospital em Cascavel, Luciano Maldonado Felipe. Os projetos apresentados pelo hospital ao Pronon são relacionados a compras de equipamentos para melhorias nos atendimentos, mas parte do recurso seria destinada ao custeio da Uopeccan, que presta 1,4 mil atendimentos por dia. “Sem a liberação dos recursos, alguns investimentos que estavam previstos ficam comprometidos, assim como o custeio de algumas atividades. Caso os recursos já tivessem sido liberados, isso nos daria um fôlego para pudéssemos repensar onde fazer a locação do capital de giro do hospital. Como não há o recurso, tampouco uma previsão, teremos que repensar o futuro de alguns projetos”, apontou o administrador. São vários projetos pendentes, alguns inclusive com valores já defasados, por isso não há montante atualizado.
O repasse de cerca de R$ 200 mil para cada uma das unidades, em parcela única, anunciado pelo Ministério da Saúde, garantiu um fôlego ao hospital. A verba é direcionada para custeio de ações e serviços públicos de saúde relacionados ao grupo de atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar.
Fonte: Jornal Tribuna Hoje News