
Agora, a Ventre, original de Vila Isabel, Zona Norte da cidade, comemora um ano de seu primeiro e homônimo disco em grande estilo. O DVD “Ao vivo no Méier” (veja abaixo, em primeira mão), gravado em dezembro do ano passado, no Imperator, marca também a estreia da parceria do trio carioca com o selo indie Balaclava Records, de São Paulo.
? Quando fomos convidados para tocar no Imperator Novo Rock (hoje Rio Novo Rock, festival mensal que rola na casa), já foi maravilhoso porque era com a El Efecto, uma banda que idolatramos, uma das melhores do país. A ideia de documentar isso veio da Larissa e a coisa foi tomando forma muito rapidamente, não foi planejado ? relembra Ventura. ? Foi uma grande correria para chamar amigos que nos ajudassem, arrumar câmeras, a galera que ia captar o áudio. Foram dois dias bastante caóticos (risos), mas o resultado está maravilhoso. Ventre Ao Vivo No Méier – DVD Completo
Por ter sido um show de festival, com horário preestabelecido, a gravação fugiu do que podemos chamar de “padrão” para um DVD. Não foi possível, por exemplo, repetir as músicas para corrigir uma possível falha. Algo que, nem de longe, preocupou a banda.
? Aquilo é o nosso show de verdade. Exatamente como tocamos. Tem erro, o que é normal, e não tenho encanação nenhuma com isso. Mesmo que quiséssemos ter esse preciosismo, não podíamos, até porque a El Efecto também gravou o show deles, que deve sair no futuro. No fim, as duas bandas se juntaram no palco, duas baterias, uma coisa linda ? lembra o músico, que também já tocou (ou toca) com Lenine, Cícero, Duda Brack, na banda Posada e o Clã e, ao lado dos companheiros de Ventre, faz parte do supergrupo Xóõ.
O ano de 2016 tem sido ainda mais intenso para o trio carioca. Depois de rodar grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste apresentando o primeiro disco, a banda embarca nesta sexta-feira para sua primeira turnê no Nordeste. Por lá, a Ventre passará por festivais tradicionais, como o Coquetel Molotov (Recife) e o DoSol (Natal), além de circular por cidades de Paraíba, Ceará, Bahia e Alagoas, acompanhada pela banda capixaba My Magical Glowing Lens.
Um momento de consolidação do trabalho e criação de público que Ventura admite que não esperava viver:
? Ninguém faz banda para ser famoso, para ter fãs. A gente faz porque quer tocar, porque é uma maneira de se expressar. Não gosto dessa coisa de glamourizar banda e artista. Mas ficamos muito felizes quando percebemos que as pessoas ficaram tocadas com a nossa música, quando elas vêm falar conosco na lojinha, comprar nosso disco, investir no nosso trabalho. O show no Circo foi até meio assustador. Quando a galera começou a cantar alto, deu vontade de voltar para casa, porque você não sabe como reagir (risos).
Depois do giro pelo Nordeste, a Ventre ainda passa por São Paulo, onde toca no Balaclava Fest. E então? Começam a pensar em disco novo?
? Pensar a gente sempre pensa, mas ainda não começamos efetivamente a trabalhar nisso. Além do tempo que a Ventre nos cobra, fazemos muitas coisas paralelas. Talvez quando voltarmos da viagem, mas queremos fazer tudo com calma. Mas, uma coisa é certa: não vamos deixar demorar tanto quanto o primeiro ? garante Ventura.